sexta-feira, 29 de junho de 2012

Marcando hora comigo mesma

Amigos, estou sem escrever faz um bom tempo... Os afazeres se impuseram de forma tão contundente, que escrever aqui, algo que me faz tão feliz, foi relegado à condição das coisas que levam o carimbo PODE ESPERAR. E assim foi, dia após dia que no final eu mesma não sabia como tinha dado conta de tudo. Meu Deus, de onde saíram tantas coisas urgentes? 
Um dia uma amiga falou comigo e perguntou como iam as coisas e eu disse: Corridas, preciso até marcar uma hora comigo mesma no consultório, vou me pagar inclusive!
Foi uma brincadeira, mas eu me ouvi. Aquela brincadeira era muito séria e absurda. Logo eu que acredito e tenho como meta de vida e trabalho o autoconhecimento, o olhar para dentro de si mesmo, a meditação e etc sem tempo para mim! 
Quis pisar no freio, mas não funcionou. Resultado: meu inconsciente resolveu tudo para mim, fiquei um dia inteiro de cama, parada sem conseguir me melhor, com dores nas articulações. Foi quando me peguei curtindo o ganho secundário da situação: Pelo menos estou parada...
Eu era um exemplo vivo das minhas aulas a respeito de auto sabotagem. Mas no momento em que flagrei o processo, a dor rapidamente passou, no dia seguinte já me movia muito melhor e resolvi que não trabalharia, iria a praia, leria, ficaria só com a minha família. Como o meu inconsciente é um inconsciente esperto, me senti mal na sexta, para emendar com o final de semana, e foi muito bom.
Escrevo estas palavras porque segundo a máxima "psicológo também é gente", aproveitei a oportunidade para relembrar que precisamos estar alertas às armadilhas do cotidiano, que tenta sugar ao máximo a nossa criatividade, alegria, momentos alegres de relaxamento, com urgências nem sempre tão urgentes assim. Precisamos nos dar tempo para fazer nada, para nos conectarmos com o nada superior, divino. Pois segundo a ideia tão difundida na psicologia junguiana da necessidade da equilíbrio entre os opostos complementares, a atividade e o repouso devem se alternar em ciclos, para que o ser humano seja realmente pleno e criativo em seus afazeres. Sem isso, há o que chamamos de stress, o movimento constante e estéril do ramster na gaiola, que não pára e por isso mesmo não faz nada, completamente apartado da sua natureza. O espírito precisa reabastecer as forças para atuar no mundo trazendo graça beleza, leveza e talento. Se dar um tempo é a maneira mais eficaz de garantir uma vida produtiva.