sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Breve teste: Você realmente deseja ter mais dinheiro em 2014?

Muita gente nesta época sempre coloca em meio aos votos de feliz ano novo, saúde alegria, paz e... Dinheiro no bolso!!! É o que se deseja para si e para o próximo. Legal. Então vamos ver se as palavras ditas no decorrer do ano são realmente condizentes com este desejo. Veja se as frases abaixo fazem parte do seu repertório.

1- O dinheiro é sujo. (Porque tem que lavar as mãos sempre que se pega nele) .
2- O dinheiro é sujo. ( Porque ele corrompe as pessoas boas).
3- Dinheiro não traz felicidade.
4- Não gosto das pessoas que têm dinheiro, são todos arrogantes.
5- Estou sempre com problema de dinheiro.
6- Ganhar dinheiro é muito difícil.

Se estas frases são afirmadas com frequência, suas próprias palavras podem estar expressando e reforçando uma programação mental e emocional que afastam o a riqueza material, anulando os votos de ano novo.
A programações dos seres humanos são feitas por palavras. As palavras são poderosas, e assim já nos ensinavam os contos de fadas. Todos os bruxos e magos usam principalmente as palavras, sem elas as varinhas não funcionam.
Se pensarmos bem nas frases acima, podemos ver que em todas as situações o dinheiro é colocado como sujeito perigoso, como dominante do ser humano. Mas dinheiro não é alguém, o dinheiro parece mais com energia elétrica, nós é que decidimos como usa-la, para fins escusos ou nobres. Quando o ser humano procura desenvolver firmeza e equilíbrio de caráter ele pode dominar e direcionar bem esta energia. Colocar a culpa na riqueza material pelas próprias fraquezas, é fugir da responsabilidade de se conhecer e de se tornar uma pessoa mais forte e consciente dos seus atos. Saber lidar sabiamente com o mundo material também faz parte da evolução espiritual.
Então desejo a todos nós prosperidade e sabedoria para transformá-la em coisas positivas, para nos trazer tranquilidade suficiente para crescer internamente, pois este é o real objetivo da vida.

Ps: É importante lavar as mãos sim, mas não porque o dinheiro é sujo, mas porque sempre que se vem da rua ou se pega em coisas que muitos pegam temos que lavar as mãos. Sua mãe já te disse isso...

sábado, 14 de dezembro de 2013

O egoista, o carente e o bom cristão - Reflexões natalinas.

O Natal vem chegando. E me perdoem os fãs de Papai Noel, mas Natal mesmo é o aniversário de Jesus. É a data antiquíssima na qual desde antes de cristo já se celebrava o ciclo de renovação do nascimento da Criança Divina em diversas culturas, logo, um bom dia para ele nascer.  As pessoas que não querem admitir que estão comemorando esta data dizem que é apenas um momento de família, trocam presépios por Papais Noéis, trocam orações por presentes, reflexões profundas por enbriaguês e etc. Mas não adianta, Natal é a comemoração do nascimento de um ser sobrehumano.
Em homenagem à data, vejamos o que já dizia o psicólogo que viveu há dois mil anos: "AMAI AO PRÓXIMO COMO A SI MESMO". Pois é, essas são as apalavras mais famosas do Nazareno e pouca gente segue, até porque pouca gente entende, logo não cumpre. Ou se ama mais o próximo que a si mesmo, ou ama-se mais a si mesmo que ao próximo. Em um caso está a baixa auto estima, e do outro o egoísmo. Duas faces da mesma moeda. A moeda se chama carência, a necessidade de ser amado a qualquer custo. De um lado os que extorquem os outros como saco sem fundo devorando atenção, favores e atenção alheia para sobreviver, como um monstro devorador de amizade, altruísmo e humanidade. E do outro, a necessidade tão grande de ser amado que se anula com medo da rejeição, sempre a espera de uma migalha de reconhecimento. De um lado da moeda a face da vítima, do outro a do algoz.
A carência nasce da crença errônea de que as pessoas precisam se abastecer exclusivamente umas das outras . E a verdade é que nenhum ser humano é capaz de abastecer completamente o outro. A verdadeira fonte de Luz, Paz e Amor transcende aquilo que é simplesmente humano, embora o ser humano possa - quando é realmente humano-  refletir em seu ser este encanto divino. Quando entendemos o que é o amor e de onde vem o amor, aprendemos a respeitar limites, os dos outros, e também o nosso. Doamos sem nos empobrecer e recebemos sem extorquir. Descobrimos que a fonte do verdadeiro amor é infinita, que por isso nos tornamos capazes de dar sem esperar receber. Entendeu? É o encanto que o verdadeiro Natal traz para os corações e mentes daqueles que se dão o direito de se abrir para algo que está além dos olhos, além da lógica e além dos formatos frios e pré estabelecidos que por vezes revestem a imagem deturpada do divino. O reanascimento divino brilha dentro e fora de nós, envolve a todos, abastece a todos, e nos faz dar mais sem esperar receber.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

A beleza das flores que murcham.

Pouco tempo atrás, uma mulher que considero bela e admirável me disse estar sentindo que com o passar do tempo, sentia que chegava aos poucos na fase em que flor começa a murchar. A metáfora não soou pejorativamente aos meus ouvidos, pois sabia que mulheres como ela, que vivem a vida em busca de verdade e sabedoria apenas mudam de estagio na natureza.
lembrei de um antigo costume que tenho de preferir comprar flores em vasos com terra ao invés de colhidas, pois são natureza viva. E quando as flores começavam a secar, não as arrancava e joga a no lixo, deixava que caíssem naturalmente, para depois arruma-las na terra aos pé da planta, para cumprir um ciclo. As flores que murcham ou secam, se recolhem do mundo da exuberância externa para a fase criativa, na qual a energia está voltada para dar origem ao novo, sintetizando a energia de tudo que absorveu do exterior, são poderosas, pois carregam sementes e frutos, a essência da vida e de um novo ciclo.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

A vaca no barranco e a gaiola de ouro.



Ouvi certa vez uma história da qual gostei muito:

Uma vez um mestre seguia pela estrada com seu discípulo, quando avistaram uma casinha muito pobre, onde morava uma família. Se aproximaram da casa e descobriram que as pessoas eram de fato tão pobres, mas tão pobres, que a sua única fonte de sustento era uma vaca, da qual tiravam o leite para se alimentar e vender o que restava. O discípulo ficou com o coração partido e comentou com seu mestre - O que eu poderia fazer para ajudar estas pessoas? - O mestre respondeu tranquilamente - Jogue a vaca do barranco.
O discípulo não podia acreditar no que ouvia. Impassível o mestre ordenou que ele o obedecesse, ou deixaria de ser seu discípulo. Cheio de conflitos, o discípulo fez o que o mestre ordenou. E assim seguiram o seu caminho.
Pensaram os anos, e o discípulo, passando por aquelas terras, quis muito ver como estava aquela família, pois o ocorrido lhe atormentava desde então. Quando chegou ao local, não havia sequer mais a casa... Foi até a vila mais próxima procurar notícias e lá lhe mandaram até uma bela casa com um grande jardim. Provavelmente haviam ido trabalhar ali. Foi atendido por um jovem simpático que o convidou a entrar. E o discípulo perguntou a respeito de uma família pobre que vivia em uma casa pobre dependendo de uma única vaca para sobreviver... O rapaz riu e disse - Esta é a minha família. Nós éramos realmente muito pobres, mas um dia a nossa vaca morreu depois de rolar por um barranco. Então fomos obrigados a procurar trabalho, descobrimos como fazer negócios e abrimos o nosso próprio comércio e hoje somos os mais ricos desta vila.


Nem sempre uma situação difícil é algo ruim, muitas vezes o ser humano só se movimenta quando elas aparecem, o que me faz acreditar que elas existem para isso... E que se não fossemos sujeitos à inércia sofreríamos menos.
Gosto muito de contar histórias para os meus pacientes, e esta é ouvida quando o tema é a acomodação. Não a acomodação comum, mas a acomodação da qual se tem medo de largar o certo pelo duvidoso, mesmo sabendo que o certo em questão não está tão certo assim.  Relacionamentos "seguros" empregos "seguros", que não trazem satisfação e minam a energia dia a dia, mas estão ali, são seguros, mas empobrecem o espírito e impedem a pessoa de voar mais alto, de partir em busca de algo melhor. São situações nas quais os o próprio ser humano entra e não consegue sair, como um pássaro de asas grandes que se debate na gaiola de ouro, que geralmente tem a porta aberta, mas o pássaro tem medo de sair.

sábado, 17 de agosto de 2013

A HORA DO ALMOÇO - Reflexões a respeito do tempo.

Em 2003 ui com meu marido e meu filho mais novo, com um ano de idade na ocasião, visitar uma aldeia indígena Krahô em Tocantins para gravar o documentário "A Visão do Xamã" a respeitos dos curadores daquela tribo.
Fui para conviver com as mulheres, já que elas não falariam com homens. Já no segundo dia o Ricardo,meu marido, saiu bem cedo para gravar a caçada com os homens, e eu fiquei com as mulheres. Por volta das 10 horas todas se reuniram na entrada da ladeia e se sentaram para esperar os homens, pois quando eles chegassem elas começariam a preparar o almoço. E assim ficamos por uma, duas , três, quatro, cinco horas e nada! Todas pareciam muito calmas e conversavam enquanto arrancavam capim para trançar pulseirinhas e as crianças subiam nos cajueiros para colher frutas que gentilmente me ofereceram. Como eu já estava com fome e impaciente falei "Mas gente, a hora do almoço já passou!" Elas me olharam com ar de estranheza e repreensão e uma delas disse "A horam do almoço é a hora em que a comida chega." 
Naquele momento percebi que eu estava realmente em uma outra realidade paralela, governada pelos ponteiros do meu relógio, e pelo livre acesso aos mercados, restaurantes e a chama mágica do fogão automático. e embora eu bem saiba que no meu habitat não há tanto espaço para esta total relação com os ritmos da natureza, isso sempre me leva a pensar nos efeitos da ansiedade e do imediatismo psicológico que governa nosso meio. Queremos respostas automáticas e fáceis para a nossa fome de sentido, carinho, segurança, auto-estima. Medimos nossos processos e curas pelo relógio e pelo calendário, não nos deixamos amadurecer, principalmente quando isso significa algum tipo de dor e desconforto. Não sabemos esperar, queremos soluções fáceis mesmo que o fast food não alimente e que o remédio da farmácia apenas nos faça dormirmos anestesiado sem curar a origem da insônia.

domingo, 28 de julho de 2013

Teste breve de Baixa auto-estima

Nos dias de hoje, se me perguntassem quais são os principais fatores que causam os desacertos psicológicos e emocionais dos quais tantos pacientes se queixam  "baixa auto-estima" estaria dentre os 5 primeiros.
Vamos fazer um pequeno teste. Responda a estas perguntas:

A- Se existem em 20 casamentos 15 infelizes e 5 felizes, você obviamente pensa que o seu será um dos infelizes, e se prepara para tal, se casando já preparado para a possibilidade de uma separação?
B- Se em 100 profissionais 10 têm êxito na carreira, antes mesmo de batalhar você já se prepara para a dura realidade de pertencer aos 90?
C- Quando olha no Facebook, tem certeza absoluta que a vida de todo mundo é muito boa, menos a sua?
D- Se uma pessoa muito interessante te olha você acha que é algum engano?
E- Aceita ficar com pessoas que não lhe interessam muito (não falo só de beleza física...) porque é o melhor que pode conseguir?

Se demorou pensando ou respondeu sim para a maioria, você pode estar sendo o seu maior obstáculo, pois com medo de se decepcionar, já se coloca por baixo. Sim, porque a baixa auto-estima anda de mãos dadas com a pouca capacidade de enfrentar frustrações.


 É impressionante como as próprias pessoas sem motivo real se colocam na posição de seres limitados e sem escolha, mesmo que eu os veja como portadores de todas as escolhas possíveis. Sim, porque se alguém possui saúde mental, física e as necessidades básicas como alimentação moradia e estudo asseguradas, pode sim se considerar como uma pessoa com direito a fazer escolhas, de desejar o melhor para si mesmo e correr em busca do que quer. E grande parte dos que me procuram tem muito mais do que isso, somam à lista básica: boa aparência, boas famílias (eu disse boas e não perfeitas!) e recursos financeiros mais elevados que grande parte da população do nosso país. E ainda assim, vêem a si mesmo como seres amarrados e incapacitados, fadados a cumprir o destino que lhes foi imposto de fora, ou pela família ou pela sociedade, e destinados ao infortúnio, pois jamais serão os bem sucedidos. O eu verdadeiro, aquele que veio ao mundo para realizar algo de importante e valioso está tão soterrado em escombros fantasmas criados por medo e insegurança que quase não podemos ver a sua luz, chegando a acreditar que ela não existe.

De fato tudo nasce na nossa mente, ela é o terreno fértil onde as sementes do nosso vir a ser podem ser regadas para brotar, crescer e florescer.A baixa auto-estima e o desejo de agradar a terceiros empobrece o terreno das suas mentes, negando nutrientes a suas sementes.
Pense bem se as suas limitações são reais ou criadas por você mesmo. Muitas vezes elas existem apenas porque está olhando para o caminho errado. Olhe para dentro de você, procure se conhecer, defeitos a serem melhorados mas também qualidades únicas. E se lendo isso você pensou que não possui qualidade nenhuma, realmente precisa de ajuda!
Procure.

domingo, 7 de julho de 2013

Quando o corpo fala. Ou melhor: GRITA

Este mês ouvi muitas histórias relacionadas ao adoecimento do corpo, coisas que em princípio, sob os olhos mais céticos e menos sensíveis nada teria a ver com causas emocionais.
Mas basta algum tempo de escuta terapêutica para perceber como os caminhos inconscientes que criaram o adoecimento saltam aos olhos, assim como seus significados simbólicos e causas emocionais imanifestas. E este tipo de reação costuma acontecer sempre que insistimos em ultrapassar ou deixar que ultrapassem nossos próprios limites, sejam eles f´ísicos, morais, ou emocionais. Quando é assim não escutamos nossas próprias metáforas emocionais como: "peso na consciência", "aperto no peito", "frio na espinha", "peso nos ombros", "estar engasgado", "embrulho no estômago", "estar sem espaço para respirar" e etc. É nesta hora que os sintomas emocionais podem passar para o campo do concreto.
Como bem já dizia Jung, todo adoecimento é a busca pelo equilíbrio que não foi bem sucedida.
Seguindo por este caminho, podemos compreender crises de pressão alta em pessoas sem nehnum histórico de hipertenção, AVCs em pessoas com hábitos saudáveis, ossos quebrados por topadas "acidentais"que obrigam a ficar na cama, asmas e bronquites, pedras na vesícula, gastrites, úlceras e uma infinidade de enfermidades crônicas ou agudas que podem estar apontando para a  radicalização de algo que passou dos limites, obrigando as pessoas a largarem velhos hábitos, atitudes e pensamentos que já poderiam ter sido transformado há mais tempo.
Quando a voz da consciência não é ouvida  o corpo GRITA.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Participação no Programa Encontro com Fátima Bernardes - AGRESSIVIDADE INFANTIL



http://tvg.globo.com/programas/encontro-com-fatima-bernardes/videos/t/programa/v/tatiana-paranagua-explica-comportamento-agressivo-de-criancas-pequenas/2625471/


http://tvg.globo.com/programas/encontro-com-fatima-bernardes/videos/t/programa/v/tatiana-paranagua-diz-que-agressividade-pode-ser-ansiedade/2625488/

http://tvg.globo.com/programas/encontro-com-fatima-bernardes/videos/t/programa/v/psicologa-diz-que-davi-vai-se-recuperar-aos-poucos/2625507/


http://tvg.globo.com/programas/encontro-com-fatima-bernardes/videos/t/programa/v/psicologa-comenta-agressao-entre-irmaos/2625499/

http://tvg.globo.com/programas/encontro-com-fatima-bernardes/videos/t/programa/v/tatiana-responde-as-duvidas-dos-internautas/2625504/

20 centavos: o valor da gota d'água. Uma análise psicológica.

O valor da gota d'água é 20 centavos. Mesmo sabendo que para quem não dispõe de muito dinheiro 20 centavos podem sim fazer a diferença no orçamento mensal, desde o início a manifestação não foi gerada por 20 centavos. Se assim fosse, já deveria ter parado pois ou aumentos foram retirados. 
O que aconteceu foi a gota d'água, o estopim para o descontentamento de um povo acostumado a ser visto como alienado e anestesiado no que diz respeito a fazer valer os seus direitos. O ato de manifestar é um direito que deve ser exercido, todo movimento que promova a conscientização de deveres e direitos é positiva.
O que me preocupa é o surgimento de movimentos irracionais e sem direcionamento. Uma massa que muitas vezes vai por ir, porque os amigos vão, e não tem verdadeira consciência do que querem, somente querem reclamar... Muitos vão apenas para dar vazão ao ódio e a revolta, ao sentimento de opressão psicológica e emocional intensa, e isso é um combustível inflamável que uma vez em contato com uma fagulha de agressividade e medo pode gerar explosões irracionais de destruição. Que ninguém duvide do poder contagiante do Arquétipo da Sombra coletiva sobre os egos mais frágeis, que podem ser facilmente levados a fazer coisas que não fariam sozinhos em situações cotidianas. E quanto maior o sentimento de opressão, exclusão e insatisfação maior será a reação, pois como diz Jung, tudo que está aparente possui o seu oposto na sombra. O que está quieto não necessariamente está em paz.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Términos de relacionamento. " Devolvendo-se a si mesmo"

É muito comum que as pessoas batam nas portas dos consultórios de psicologia em busca do alívio da dor de um término de relacionamento amoroso.
Dentre tantas mazelas que afligem a humanidade, os relacionamentos amorosos. Mesmo parecendo pouca coisa frente as catástrofes naturais, guerras, fome, doenças e etc, a dor do rompimento é das mais profundas. A pessoa se sente sozinha desorientada abandonada, destituída de tudo o que a fazia crer-se forte, se desconhece perante tamanha fraqueza, e se envergonha por estar sofrendo tanto assim apenas por um término de relacionamento.
Este é um dos casos em que vale o ditado "Quanto mais alto maior é a queda". Sim é verdade. Investir seriamente em um relacionamento é dar um pedaço de si valioso, é dar sonhos, planos, confiança, corpo, saúde, dinheiro... E quando alguém que amávamos ou pensávamos amar vai embora, parece levar junto tudo isso, fazendo com que a pessoa se sinta vazia.
Não tenho como dizer que há como fugir da dor, realmente é uma dor que precisa ser vivida e superada, mas em certa altura deve começar a reaver seus bens se quiser seguir em frente. Você pode reaver o que lhe pertence para ser  inteiro novamente. Ninguém pode terminar com os seus sonhos, com seus planos, pois se um dia você os deu foi porque brotaram espontaneamente de dentro do seu ser, do seu contato com algo belo, que pode voltar a brilhar, porque a fonte continua aí. Quando você perceber que só levam o que você permite ser levado, retornará ao seu centro, e poderá ser inteiro novamente, e reunir recriar tudo ainda melhor. 
Pegue de volta o que é seu, você mesmo.


domingo, 14 de abril de 2013

Certos casos: Linhas e Correntes

Certo dia uma pessoa me ligou querendo marcar uma consulta e me perguntou qual era o andar do meu consultório. Respondi que correspondia ao nono andar, ao que ela respondeu aliviada: Dá para chegar de escada. Percebi que provavelmente um de seus problemas era medo de  elevador.
No  dia da consulta, relatou que este medo já durava seis anos, e que a terapia que fazia há cinco  anos não estava adiantando  muito, e por isso aceitou uma indicação de uma ex paciente minha. 
Depois de ouvi-la por 50  minutos  avisei que a sessão estava terminando, e me ofereci, caso fosse da sua vontade, poderia acompanhá-la no elevador, neste ou em outro dia, assim poderíamos usar o elevador como  um coadjuvante ao  tratamento de psicologia analítica. Para minha surpresa ela me olhou com espanto no  fundo  dos meus olhos  e  me perguntou? Você faria mesmo isso? Com mais  espanto respondi: Claro que  sim. E ela disse: Pedi tanto  para a minha outra  psicóloga  fazer isso comigo, mas ela disse que na corrente que seguia não era permitido sair do consultório com o  paciente. Achei que todos eram assim também.
Entendi que segundo o pensamento te´rico seguido pela minha colega desconhecida, seria uma espécie de heresia macular a prática terapêutica com uma prática que pertencia a outra linha, a cognitivo comportamental. Esta também não  é a minha linha,  mas linhas não são  correntes, e o que me encantou em Jung desde os tempos de  faculdade foi a postura de que em primeiro  lugar vem a pessoa e não  a teoria, e que deveríamos estudar muito para "esquecer tudo" no momento em que estivéssemos  diante de um ser humano. Ele costumava dizer que teoria são como correntes. De fato pesam e dão poucas opções, aprisionam e restringem, e funcionam como âncoras para quem tem medo  de ousar ir além.
Já uma linha segue de guia, não pesa, e serve para costurar feridas preparando os seres humanos para ir  em frente.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013


Amigos e colegas de trabalho, envio para vocês o link do documentário A FACE OCULTA DAS DROGAS, (feito por mim e por Ricardo sem fins lucrativos), no qual seis pessoas contam como o encontro com a espiritualidade lhes deu força para superarem a dependência do álcool e das drogas.
Peço a ajuda de vocês para divulgarem o trabalho para que possa chegar ao maior número de pessoas possível que estejam precisando encontrar uma saída para a dependência e também como instrumento de prevenção.

Grata a todos

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

O que todo mundo faz

Existem algumas frases que soam como um alarme, algumas delas são: "Mas o que é que tem, afinal de contas Todo mundo faz isso...", "Todos os homens (mulheres) são iguais", "Todo mundo trai", "Todo mundo só quer se dar bem" e etc. Quando escuto isso imediatamente pergunto "Todo mundo? Tem certeza?"
Não sou muito fã das generalizações no que diz respeito ao comportamento emocional, psicológico e espiritual das pessoas. Somos realmente muito parecidos em muitas coisas, mas cada um tem a sua maneira de estar no mundo, e as generalizações deste tipo na verdade tem como base amargura, rancor, desesperança, arrogância e justificativa para os próprios erros, pois "se todo mundo faz, eu vou fazer também".
Cada vez que uma pessoa faz tal afirmações para os outros e para si mesma, está se colocando em um beco sem saída, pois as generalizações não apresentam alternativas. E assim o ser humano se afasta da sua essência, do processo de individuação, do si mesmo (self). Se afasta da oportunidade de avaliar os próprios valores e atitudes, de se transformar em alguém melhor ao invés de deixar-se ser arrastado pelo pensamento massificado e burro que o faz afundar-se cada vez mais.
Não importa o que "todo mundo faz e sim o que você faz" já diziam nossos pais. Se nós mesmos não trairmos, não nos drogarmos e não roubarmos, não diremos mais "todo mundo faz", pois já seremos a própria exceção e poderemos nos aproximar daqueles que fazem as coisas de um modo melhor.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Aonde mora o sagrado? Reflexões a respeito dos filmes "As aventuras de Pi" e "O Impossível".

Longe de mim querer estragar surpresa contando fim de filme, portanto, se você não viu um destes filmes, veja e leia depois. Os dois valem a pena.
Mas se você é como eu, que ouve o fim do filme e assim mesmo vai ver, pode continuar lendo.
Estes dois filmes falam a respeito de uma das mais respeitosas e misteriosas forças a serviço da natureza: o mar. O mesmo mar que acalenta nossos desejos de férias paradisíacas pode se tornar implacável e avassalador. É assim com tudo o que há no mundo, tanto na natureza quanto na natureza humana, tudo o que existe neste mundo têm duas faces. No caso do mar, quando a sua força se manifesta nada pode impedi-lo, a maior das tecnologias é posta a rolar sob as ondas, e ele vai onde quer e como quer, levando o que quer. Nessas horas diante de tanto desamparo, a arrogância do homem só pode contar com a sorte.
Mas o que é sorte? Bem, para quem acredita apenas no mundo material, a sorte é um acaso, e só. Para quem tem consigo a certeza da existência do sagrado, a sorte é uma intervenção causal de uma força maior.
Nos dois filmes, os personagens se vêm a mercê das forças do mar. Em as aventuras de Pi, o jovem após um naufrágio permanece dias e dias a deriva na companhia insólita de um tigre, animal de natureza feroz e indomável, assim como o próprio mar. Pensei que ia apenas ver um filme de aventura com meus filhos, sem grandes implicações profundas. Mas para a minha surpresa, o filme em essência fala a respeito de coragem e confiança em Deus. Quando o filme começa u escritor vai procura Pi pois lhe disseram que a história que ele tem para contar o fará acreditar em Deus. E o jovem personagem já começa trazendo para si a ligação com o sagrado em diversas formas, procurando entender Deus, e é como se ele passasse por tudo para conhecer de fato este Deus, que só é realmente reconhecido após uma tempestade na vida das pessoas.
Durante todo o filme, o bote é habitado por Pi, O tigre, e Deus. E no final, após muitos momentos de dúvida e fúria contra Deus, e outros de reconhecimento e gratidão, ao invés de achar-se esquecido e injustiçado, Pi tem certeza da existência de Deus apesar de compreendê-lo por inteiro, posto que isso não é possível para o ser humano.
 Pi perde toda a sua família, e sai com a certeza da existência de Deus.
Já no segundo filme, O Impossível, já fui com a expectativa de encontrar o que encontrei em As Aventuras de Pi, pois já sabia que se tratava da história de uma família - pai, mãe e 3 crianças - que apesar de terem sido tragados pelo   tsunami e atravessado todas as situações acarretadas por uma catástrofe daquela magnitude,  sobreviveram e se encontrara. É  uma história real, onde o próprio título já expressa a impossibilidade de algo assim ter um final feliz, mas aconteceu. 
Toda a família se reúne e mesmo assim, tudo se passa sem que em momento algum alguém  faça uma referencia ou mesmo suponha a existência uma força superior que os tivesse guarnecido apesar de ser impossível... Aquilo que costumamos chamar de milagre, quando o impossível se torna possível. Mesmo assim, muitos preferem chamar isso de sorte. Mas o que é a sorte?
O Sagrado na verdade está em todos os lugares, e em alguns momentos se apresenta com toda a sua força,mas a percepção do sagrado só pode morar nas mentes despertas para algo além do que os olhos materiais podem ver, mesmo que seja um tsunami.
Mas mesmo assim, para quem ainda não buscar o sagrado, as lições de superação são válidas em ambos os filmes.

sábado, 12 de janeiro de 2013

O relógio adiantado

É interessante como pequenas coisas do dia a dia nos dizem tanto a respeito da forma como atuamos na vida. Uma delas é um hábito comum para muitas pessoas: adiantar o próprio relógio em 5 minutos.
Quando perguntamos o que leva a esta prática, a pessoa de pronto responde que assim não se atrasa.
Mas o que mais acaba acontecendo é que justo por saber que o relógio está adiantado a pessoa se atrasa mais ainda, pois sempre tem aqueles 5 minutinho a mais...
Parece ser mais fácil, mas não resolve, porque no fundo sabemos muito bem que estamos sendo enganados por nós mesmos. Mas parece mais fácil ser um pouquinho enganado, só para poder continuar se atrasando um pouquinho. Afinal de contas é difícil assumir que existem coisas que precisamos melhorar em nós mesmos em diversos níveis tomando decisões mais acertadas para ser de fato  pontual, se adequando ao Tempo ao invés de tentar adequar o Tempo e a Vida ao nosso arraigado jeitinho de estar no mundo.

sábado, 5 de janeiro de 2013

Conexão Futura - Fé na Vida das Pessoas 25/12/2012 Entrada 3

"É o caminho mais fácil." "Tem certeza?"

Este foi o trecho da conversa que tive com um paciente esta semana, mas não foi a primeira vez que tive conversas assim. É muito comum as armadilhar psicológicas, emocionais e espirituais se revestirem de aparente facilidades para fazer com que a pessoa enverede por caminhos que na verdade são os mais dolorosos e frustrantes. Muitas facilidades são a dificuldade e no medo de enfrentar desafios e se responsabilizar por decisões. 
Desta formas as pessoas mantêm trabalhos que as deixam infelizes,  continuam relacionamentos por comodidades financeiras e carências, não iniciam relacionamentos com medo do término, não iniciam um estudo com medo de não serem aprovados, não falam em público quando na verdade têm muito a dizer e etc. A lista é longa. E o que parece ser o mais fácil, manter, calar, se torna muito mais difícil, pois emocionalmente uma grande quantidade da  energia vital que traz cor entusiasmo e alegria se esvai na manutenção da pretensa normalidade, na negação constante da insatisfação e do amargo sentimento de fracasso, que na maior parte das vezes se cristaliza em uma doença física. Isso sim é uma vida difícil, na qual a pessoa nega a si mesmo o direito de pensar em lutar para expandir os horizontes, nega a si mesmo o direito humano de errar quando está querendo acertar, o direito de viver. 
A vida realmente não nos oferece garantia de acertos, mas a probabilidade de 50% atende aos dois pólos: quem fica pensa nos 50% de chances de que pode dar errado, mas quem vai pensa nos 50% de chance de dar certo. Na verdade boa parte da vida sempre está em nossas mãos e em nossas cabeças.
Que neste ano que se inicia exista coragem em nossos corações e mentes para mudarmos o que precisa ser mudado, sim, dá tempo.
Bom ano.