É quase anedótico o fato dos psicólogos vasculharem as minúcias das relações entre pais e filhos a fim de encontrar a origem de traumas que geraram neuroses ou distúrbios psicológicos que o valham. De fato abrindo estes arquivos podemos encontrar muitos vírus e erros de programação. Mas nem sempre só a culpa é dos pais, o mérito também é. Dia destes estava ouvindo um jovem, e perguntando a respeito do motivo pelo qual ele não aceitou usar drogas, mesmo tendo oportunidades de fazê-lo, ele me respondeu: "Porque meus pais me educaram direito." "Como assim?" "Eles não me davam folga, marcavam em cima direto, sempre querendo saber com quem eu estava. E quando sabiam de algo errado que eu fazia até apanhava". "Mas existe alguma coisa em relação a eles da qual você se ressente?" Olha, perfeito eles não são, mas eu nunca nem vi eles brigarem na minha frente. Então não tenho nada a dizer. A unica coisa é que nem sempre eles ficavam me enchendo de presentes, davam só em datas de aniversário e natal. Mas com isso eu aprendi a valorizar o que eu tenho. Quando crescer quero criar meus filhos assim".
Eu mesma não sou muito a favor de castigos físicos, é uma questão muito polêmica. Mas reparem bem que este é o relato de uma pessoa que apanhou na infância, mas que nem por isso ficou com raiva dos pais. O que vem ao caso aqui na verdade não é o apanhar ou não apanhar, e sim a atenção, a dedicação e o carinho. Cada dia que passa a prática clínica e a vida me confirmam que o descaso doi muito mais que uma palmada dada sem raiva.
Oi Tatiana :) sempre acompanho seu blog, espero que volte a postar em breve. Beijos, Michele
ResponderExcluirSobre este assunto, também apanhei bastante quando criança. Diziam que era muito "danada". Me criei num bairro muito pobre. Alguns amigos morreram violentamente por envolvimento com drogras e outros crimes. Nesse meio conturbado em que atualmente crianças com 10/12 anos usam crack e cola, se não fosse a rígida educação que recebi, as chances de escapar de coisas como essas seriam pequenas e ficariam por obra do acaso. Então, não me ressinto com nada e agradeço as palmadas que recebi pelos locais que fui sem permisssão, por exemplo.
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