A psicologia como ciência é algo recente, porém um assunto antigo.
Quando um leigo no assunto ouve o termo “psicologia”, logo surge a imagem de um paciente falando de si para um psicoterapeuta, a fim de conhecer-se melhor e obter assim a cura da psique. Logo, no imaginário geral, a psicologia se tornou sinônimo da ciência que se dedica a cura da psique. Mas a psicologia enquanto ciência, por mais estranho que possa parecer, não nasceu com este objetivo, ela se tornou o que é hoje através de um longo percurso até reaproximar-se das preocupações humanas originais a respeito da alma. Sim, porque em seu sentido original, a palavra psiquê em grego significa alma.
A necessidade de compreender-se, e também ao próximo, obviamente não surgiu com a psicologia acadêmica, algo muito próximo a esta visão de investigação da psique já existia há milênios. Bem antes de existir análise ou terapia, muitas tradições religiosas, principalmente orientais, já apontavam para a necessidade de conhecer-se a si mesmo. Finalidade que é automaticamente reconhecida como objetivo da psicoterapia atual.
Na antiguidade, como a essência humana era incontestavelmente sagrada, a cura da psique, era principalmente focada na promoção do retorno a esta essência (que nada tem a ver com a simples adoração de uma divindade externa, embora os rituais também cumpram uma importante função psicológica), em aprofundar-se em si mesmo resgatando o seu centro e restabelecendo a sua ligação com o sagrado. E isto era de cabal importância, pois todo o universo era sagrado, uma unidade. O ser humano estava estreitamente interligado com os ciclos da natureza, pois dela dependia e a ela estava sujeito, não como um agente externo, e sim como um ser integrante de um grande organismo vivo, a fonte da vida. A este grande sagrado ele deveria religar-se para entrar em equilíbrio novamente. A visão de individuo como concebemos, um ser ou organismo relativamente auto suficiente isolado do que ocorre a sua volta hoje não existia em tamanha intensidade. Na visão ancestral, as doenças psíquicas eram causadas pelo afastamento desta fonte. E desta maneira era promovido o equilíbrio psicológico durante milênios, desde culturas mais primitivas até as mais sofisticadas da antiguidade, como os gregos e os egípcios. Nos dias de hoje, alguns estudiosos como C. G. Jung, reconhecem que a grande causa do aumento da neurose em nossa sociedade de deveu ao gradual, porém trágico, afastamento do homem desta ligação com a natureza e com o sagrado, o que dava sentido a sua existência sendo, portanto, intrínseca a própria natureza humana.
O nascimento de um estudo acadêmico com a finalidade de estudar o comportamento humana desvinculando-o de questões religiosas, surgiu gradativamente acompanhando o desenvolvimento da ciência moderna, fundamentada no paradigma newtoniano cartesiano, que embora atualmente esteja em crise, ainda governa o pensamento cientifico atual. Este movimento, embora tenha trazido enormes benefícios a praticamente todos os campos do saber, também trouxe limitações, pois tudo possui dois lados, como veremos a seguir, pois todo processo que se inicia tem a sua razão de ser.
Mas aos poucos foi se dando um processo na historia ocidental, no qual as religiões passaram a ser primordialmente instituições humanas, ao invés de meios para alcançar o sagrado. A função libertadora e transcendente foi substituída por autoritarismo e medo. Havia pouco espaço para a busca interior, em seu lugar foi privilegiado um extenso e rígido conjunto de regras as quais deveriam ser respeitadas sob grandes riscos, inclusive o de perder a vida (quem não se lembra da Santa Inquisição?). A verdade não deveria ser buscada e sim imposta de fora para dentro, a religião ocidental apresentava um traço predominantemente extrovertido: Quem se comportasse de certa maneira, comparecesse aos rituais e pagasse sua contribuição teria a salvação garantida.
Olhando este movimento com base no pensamento de C. G. Jung, segundo o qual tudo possui em sua unidade os opostos complementares, podemos dizer que o escuro da religião passou a predominar na humanidade em detrimento da parte luminosa, fazendo com que este período de pouca liberdade na busca do conhecimento fosse adequadamente chamado de época das trevas, que se estendeu até o século XVI, inicio da revolução científica. O caráter opressor do lado sombra das instituições religiosas foi tão marcante ao ponto de até os dias de hoje muitas pessoas ainda considerarem esta visão parcial a única verdade a respeito das religiões.
Era de se esperar que diante deste quadro já estivesse surgindo dentre os estudiosos, uma crescente vontade de criar um espaço aonde a igreja não tivesse uma influência tão contundente a respeito do que poderia ser considerado verdade. Renée Descartes um grande estudioso, matemático e filósofo, merece ser destacado como um marco do inicio da ciência como a conhecemos. Pertence a ele a célebre afirmação “Penso, logo existo”, que foi a base da sua dedução de que a principal característica humana era a mente, colocando-a como superior ao corpo. Embora ambas, mente e matéria fossem criadas por Deus, a primeira continha em si a essência do sagrado. Em 1637, Descartes propôs a sua teoria de que o ser humano era composto por duas substâncias, a res cogitas e a res continuas , mente e corpo eram duas substâncias separadas, o corpo atenderia às leis da física e poderia ser estudado por esta, já a mente não, ela pertencia à Deus e possuía idéias inatas inspiradas por Deus. Descartes passou um bom tempo pensando em como o corpo e a mente se comunicavam, e elegeu a glândula pineal como o ponto de interação entre as duas substâncias.
Na época Descates foi inspirado pelo mecanicismo, a nova visão de mundo via a natureza não mais como um organismo vivo e espiritual, e sim como uma grande máquina que podia ser medida e controlada. A grande metáfora do mecanicismo era o relógio, a máquina mais revolucionária da época. O universo passou a ser compreendido como um grande relógio, uma maquina perfeita que obedecia as leis da matemática, e como tal, se quiséssemos compreender o funcionamento da natureza e dos seres vivos era só estudar os seus mínimos componentes. Esta visão promoveu uma drástica mudança na maneira como as pessoas se relacionavam com o meio ambiente, abrindo espaço para atitudes antiecológicas. Enquanto a terra era considerada uma grande mãe nutridora, seria uma atitude violenta e antiética perfurar o seu corpo em busca de explorar e usurpar suas riquezas.
Para corroborar o que em Descartes era suposição filosófica, Isaac Newton demonstrou que a matéria – e conseqüentemente todo o universo - era composta por átomos, bem diferente da concepção de átomos que temos hoje. Eles eram algo semelhante a pequenas bolas duras de matéria, que unidas de maneira estática em um ponto de ligação formavam a matéria perceptível. Ele também estava influenciado pelo modelo mecanicista, e assim nasceu o paradigma newtoniano-cartesiano, que imperou como único modelo para o estudo científico até os nossos dias.
Este paradigma influenciou a divisão das áreas do saber, a supervalorização dos trabalhos que envolviam a mente em detrimento dos que utilizavam o corpo, e o conceito de inteligência como capacidade intelectual. No estudo do ser humano, este pensamento originou a divisão radical entre o trabalho de médicos e psicólogos, um só cuidava do corpo, e outro só da mente.
As idéias de Descartes foram bem aceitas por estudiosos, que alcançaram maior liberdade para realizar suas pesquisas e também pela igreja que de certa forma continuava tendo sob seu controle aquilo que era mais valoroso no ser humano: a mente. No que diz respeito ao estudo das ciências naturais como a medicina e a biologia a teoria de Descartes foi muito útil, mas também trouxe limitações, pois os cientistas, entusiasmados com as descobertas feitas a partir da concepção dos organismos vivos como máquinas, passaram a acreditar que eles nada mais eram além de máquinas. Esta visão bloqueou por muito tempo a descoberta e o tratamento de doenças físicas de origem psíquica e emocional que eram vistas e tratadas como defeitos mecânicos, obtendo-se assim pouco êxito na tentativa de cura.
Em pouco tempo, no final do sec. XVII outros filósofos como o inglês John Locke, expandiram para o estudo da mente as leis estabelecidas por Descates para o estudo do corpo, assim a mente era mais um órgão do corpo e não era mais possuidora das idéias inatas dadas por Deus. Locke estabeleceu o conceito de que a mente ao nascer era uma tabula rasa, tudo era adquirido a partir da experiência. E todo o conhecimento legítimo tinha que ser gerado a partir de dados observáveis, nada que viesse de suposições teológicas ou metafísicas era válido. Sobre esta base de parte da teoria de Descartes e Newton nasceu o Empirismo.
Foi o início do afastamento do conceito de mente compreendida como alma, substância imortal, para mente como sinônimo de cérebro, matéria física, concreta e orgânica. Foi neste ponto que se consolidou a retirada de Deus e de qualquer noção de sagrado da constituição do ser humano e da natureza. Esta por sua vez já não era mais parte do ser humano, e sim matéria a ser explorada. O grande lema era estudar para prever e controlar”.
E embora o paradigma que foi gerado a partir das idéias de Descartes e de Isaac Newton, seja o sinônimo da ciência apartada do sagrado, ambos eram homens que acreditavam em uma inteligência divina superior que criava, regia e governava as leis da natureza descobertas pelos cientistas. Descarte inclusive acreditava que seu novo modelo de ciência havia sido uma inspiração trazida por Deus.
Sem dúvida uma das maiores contribuições dos filósofos empiristas foi a abertura de espaço para o surgimento da psicologia moderna. Mesmo após a revolução científica, a psicologia ainda permaneceu muito tempo sem ser reconhecida como ciência. A compreensão do ser humano permanecia estreitamente ligada à filosofia e por vezes à religião. Para que se encaixasse concepção do que vem a ser ciência houve um longo percurso. Para que o estudo da personalidade e do comportamento se adaptasse aos moldes das ciências naturais, ela precisava de um objeto de estudo passível de ser investigado em laboratórios, e até então não se fazia idéia de como transformar a mente neste objeto de estudo nestes moldes.
Até que em 1879, Wilhelm Wundt, criou um método introspectivo, segundo o qual seria possível investigar os átomos da mente, as menores e mais simples partes que juntas compunham um pensamento complexo o primeiro laboratório de psicologia na Alemanha, e criou o primeiro movimento da psicologia científica, o Estruturalismo. É bom lembrar que a psicologia quando surgiu como ciência, não possuía as características aplicadas que têm hoje, os psicólogos estavam apenas procurando o conhecimento puro. Os estruturalistas queriam apenas saber como a mente funcionava a partir de sua estrutura, e imbuídos do espírito mecanicista e do paradigma newtoniano-cartesiano, queriam descobrir os menores elementos que compunham a estrutura do pensamento, os átomos da mente, usando para tanto, experimentos de introspecção, nos quais os sujeitos eram treinados para descrever em detalhes as percepções que lhes vinham á mente.
Também no final do séc. XIX nasceu nos EUA, com o médico e fisiologista William James o movimento Funcionalista. Eles não jogavam fora os experimentos feitos pelos estruturalistas, mas contestaram a sua visão de mente como composta por elementos atomísticos, eles enfatizavam a unidade e a natureza dinâmica da consciência. Começavam a querer saber não apenas dos elementos que compunham a mente, e sim como tudo isso funcionava, como era organizado na forma de pensamentos complexos e percepções, não apenas sensações. Nascia assim a semente da psicologia aplicada, uma característica muito forte na psicologia dos EUA até os dias de hoje. James apesar de sua orientação inteiramente cientifica, foi um grande critico do dualismo cartesiano e da visão atomicista de Newton no estudo da mente humana. Defendia a constante interação e interdependência do corpo e da mente, vendo o ser humano como uma unidade e não como conjunto de partes. É considerado um dos maiores psicólogos da historia, e suas idéias influenciaram vários ramos da psicologia. James foi um ferrenho critico das classificações médicas a respeito do que era a normalidade mental. Ele defendia a existência uma realidade maior e mais abrangente que o mundo perceptível, e que algumas pessoas místicas tinham acesso a esta realidade, e não poderiam ser classificadas como insanas, pois a medida da saúde mental era a capacidade de manter sua vida cotidiana em ordem. Se uma pessoa manifestava percepções diferentes da media e mantinha a sua vida em ordem, não poderia ser classificada como insana apenas por acessar algo que ainda era incompreensível para a grande maioria.
Desde então os estudo da psicologia cientifica se dividiram em dois grandes troncos naturalmente opostos: aqueles que procuraram estudar a mente a partir estritamente do comportamento observável, e os que admitiam que o homem era portador de uma essência oculta, o inconsciente. De cada um destes troncos brotaram diversos ramos, que por sua vez, divergiam entre si.
O movimento Behaviorista, ou, Comportamentalista, chegou a defender a idéia de que não existia o que chamamos de mente, muito menos inconsciente. Mesmo com suas diferenças, tanto os estruturalistas quanto os funcionalistas estavam interessados no que ocorria dentro da mente. Bem mais tarde nos EUA por volta de 1930, iniciando-se com o psicólogo John Watson, apoiando-se nas descobertas de condicionamento clássico do fisiologista Russo Ivan Pavlov e seus experimentos com cães, nasceu o Behaviorismo, cujo principal expoente era o psicólogo americano Buhus Skinner, que levando ao pé da letra a mente como uma tabula rasa e o homem como um ser puramente biológico, cujas bases do aprendizado seriam as experiências observáveis. Elementos subjetivos como a tristeza, a criatividade, a compaixão e etc, não eram levados em conta, pois como não podiam ser observados, logo não existiam. O homem, assim como qualquer outro animal, era fruto de aprendizagem, de estímulos e respostas. Portanto, este ramo considerava válido que grande parte das pesquisas feitas em psicologia fossem realizadas com animais em laboratórios, e seus resultados fossem deduzindo como verdades humanas. O homem seria um animal diferente dos outros animais apenas nos tipos de comportamentos exibidos.
Enfim, só existia o que era possível ser visto, o inconsciente era mera especulação. Mesmo assim, não se pode negar a importância deste movimento para a compreensão de processos como os mecanismos da aprendizagem, da memória e etc.
Paralelamente tomavam força os movimentos que viam o ser humano como algo mais, como não só possuidor de consciência, mas também de estruturas inconscientes. No final do séc XIX e início do séc XX, o médico austríaco Sigmund Freud, criador da psicanálise, foi um marco nesta tendência. Embora Freud também tenha se inspirado no paradigma materialista, não acreditando que o homem tivesse alma metafísica, abriu as portas para toda uma tradição da compreensão do ser humano como algo além do meramente observável. Mas para ele, mesmo o que não era observável, era passível de ser estudado nos moldes científicos da época, o que o fez passar quase toda a sua vida procurando estabelecer a psicanálise como ciência sem obter sucesso. Seus pares da medicina diziam que o inconsciente não poderia ser provado, por isso a psicanálise não se encaixava nos requisitos necessários para se tornar uma ciência. Freud costumava dizer que não havia como chamar de irreal algo que causava um efeito real e observável. Mesmo assim, as idéias inovadoras de Freud trouxeram um novo fôlego as pesquisas a respeito da mente humana, cujas manifestações não estavam podendo ser explicadas pelas teorias da época. A teoria de Freud se mostrava extremamente voltada para o tratamento do ser humano, o que a fez ser incorporada ao saber da maioria dos psicólogos, e embora a psicanálise não tenha se estabelecido como ciência por si só, é amplamente ensinada em muitas faculdades de psicologia, influenciando diversos métodos de tratamento psicoterápico, mesmo daqueles que não se intitulam psicanalistas.
Mas mesmo com suas idéias inovadoras a respeito do funcionamento da mente, Freud e a sua teoria psicanalítica ainda estavam vinculados ao paradigma newtoniano cartesiano. Mesmo assim, a partir de suas concepções, houve a brecha para que começasse a surgir uma nova concepção da psique de acordo com o novo paradigma emergente. Um ex aluno de Freud, o psiquiatra e psicólogo suíço Carl Gustav Jung é ainda hoje o grande referencial da psicologia que une em sua concepção de natureza humana as concepções de mundo trazidas pela física quântica. Principalmente pelo fato de que segundo seu pensamento, o homem embora exista como ser individual, está imerso em um fluxo que o faz estar interligado não só com as outras pessoas como também com o universo. E esta nova visão por ele trazida para o cerne da psicologia moderna, se deveu ao seu grande interesse pela historia da humanidade e suas culturas arcaicas, procurando justamente resgatar o elo perdido do homem com a natureza sagrada, o que segundo ele era a causa de grande parte das doenças da psique enfrentadas na atualidade. Jung também resgatou a noção de que o homem ao nascer não é apenas uma tábula rasa, mas não exatamente do modo como dizia Descartes. Segundo Jung, todos os homens ao nascer partilham de um mesmo conteúdo universal, que vai tomando forma segundo a cultura, a educação, o ambiente e as predisposições biológicas. É dele a idéia de Arquétipo e inconsciente coletivo.
Hoje estamos vivendo em plena mudança de paradigma, não só na psicologia como em todas as ciências. O paradigma newtoniano-cartesiano foi muito útil sem dúvida, principalmente no que diz respeito aos estudos dos processos psicológicos básicos. No campo da neuropsicologia, por exemplo, proporcionou um grande avanço no mapeamento cerebral e no reconhecimento das áreas responsáveis por diversas funções mentais vitais, e alterações químicas que refletiam no comportamento. Mas da mesma maneira como a física clássica mesmo sendo verdadeira não respondeu a perguntas mais profundas que surgiram a partir do nível subatômico, as explicações psicológicas unicamente baseadas em estímulos neuronais também se mostraram limitadas em questões mais profundas e subjetivas do ser humano, como o amor, a criatividade a compaixão e etc. A psique é muito maior que o cérebro. Todos os novos questionamentos nos levaram a um ponto crucial da visão segundo a qual os elementos que compõem o universo são peças que se comunicam com outras em um ponto estático, sem uma interação mais ampla. A metáfora do novo paradigma não é mais o relógio, e sim a teia, ou a rede, onde todos os elementos que existem no universo estão interagindo por muito mais que um simples ponto e se influenciam mutuamente. Quase que inesperadamente, os estudos científicos mais avançados se aproximam da religião e das medicinas alternativas, se afastando do pensamento puramente materialista. Reatando assim um laço à muito tempo rompido.
No campo da psicologia, podemos ver com cada vez mais clareza que não há de fato um limite ente mente e corpo e sim uma constante interação, a mente adoece o corpo e vice e versa, do mesmo modo que um pode curar o outro. O ser humano é um conjunto indivisível, que não é só moldado pelo ambiente, mas também o influencia. Nós transformamos o mundo ao redor através do nosso olhar sobre ele, ao mesmo tempo em que somos transformados. E a mente humana, mesmo conservando todos os conhecimentos científicos acumulados durante todos estes anos acerca de si mesma, volta a se aproximar novamente do sentido original e ilimitado da palavra psique: Alma.
•Distinções importantes:
Psiquiatria: ciência médica, estudo da doença da psique.
Psicologia: estudo da psique.
Psicanálise: teoria de funcionamento da psique humana, criada por Freud, médico neurologista, a partir da observação de doenças; Forma de pesquisa e tratamento clínico
Psicoterapia: qualquer tratamento psicológico, em geral baseado no diálogo entre paciente e psicoterapeuta; também em grupos.
Referencias bibliográficas
Historia da psicologia moderna. Duane P. Shultz e Sydney Ellen Shultz. Ed Cultrix
O ponto de mutação. Fritjof Capra, Ed Cultrix
Quando um leigo no assunto ouve o termo “psicologia”, logo surge a imagem de um paciente falando de si para um psicoterapeuta, a fim de conhecer-se melhor e obter assim a cura da psique. Logo, no imaginário geral, a psicologia se tornou sinônimo da ciência que se dedica a cura da psique. Mas a psicologia enquanto ciência, por mais estranho que possa parecer, não nasceu com este objetivo, ela se tornou o que é hoje através de um longo percurso até reaproximar-se das preocupações humanas originais a respeito da alma. Sim, porque em seu sentido original, a palavra psiquê em grego significa alma.
A necessidade de compreender-se, e também ao próximo, obviamente não surgiu com a psicologia acadêmica, algo muito próximo a esta visão de investigação da psique já existia há milênios. Bem antes de existir análise ou terapia, muitas tradições religiosas, principalmente orientais, já apontavam para a necessidade de conhecer-se a si mesmo. Finalidade que é automaticamente reconhecida como objetivo da psicoterapia atual.
Na antiguidade, como a essência humana era incontestavelmente sagrada, a cura da psique, era principalmente focada na promoção do retorno a esta essência (que nada tem a ver com a simples adoração de uma divindade externa, embora os rituais também cumpram uma importante função psicológica), em aprofundar-se em si mesmo resgatando o seu centro e restabelecendo a sua ligação com o sagrado. E isto era de cabal importância, pois todo o universo era sagrado, uma unidade. O ser humano estava estreitamente interligado com os ciclos da natureza, pois dela dependia e a ela estava sujeito, não como um agente externo, e sim como um ser integrante de um grande organismo vivo, a fonte da vida. A este grande sagrado ele deveria religar-se para entrar em equilíbrio novamente. A visão de individuo como concebemos, um ser ou organismo relativamente auto suficiente isolado do que ocorre a sua volta hoje não existia em tamanha intensidade. Na visão ancestral, as doenças psíquicas eram causadas pelo afastamento desta fonte. E desta maneira era promovido o equilíbrio psicológico durante milênios, desde culturas mais primitivas até as mais sofisticadas da antiguidade, como os gregos e os egípcios. Nos dias de hoje, alguns estudiosos como C. G. Jung, reconhecem que a grande causa do aumento da neurose em nossa sociedade de deveu ao gradual, porém trágico, afastamento do homem desta ligação com a natureza e com o sagrado, o que dava sentido a sua existência sendo, portanto, intrínseca a própria natureza humana.
O nascimento de um estudo acadêmico com a finalidade de estudar o comportamento humana desvinculando-o de questões religiosas, surgiu gradativamente acompanhando o desenvolvimento da ciência moderna, fundamentada no paradigma newtoniano cartesiano, que embora atualmente esteja em crise, ainda governa o pensamento cientifico atual. Este movimento, embora tenha trazido enormes benefícios a praticamente todos os campos do saber, também trouxe limitações, pois tudo possui dois lados, como veremos a seguir, pois todo processo que se inicia tem a sua razão de ser.
Mas aos poucos foi se dando um processo na historia ocidental, no qual as religiões passaram a ser primordialmente instituições humanas, ao invés de meios para alcançar o sagrado. A função libertadora e transcendente foi substituída por autoritarismo e medo. Havia pouco espaço para a busca interior, em seu lugar foi privilegiado um extenso e rígido conjunto de regras as quais deveriam ser respeitadas sob grandes riscos, inclusive o de perder a vida (quem não se lembra da Santa Inquisição?). A verdade não deveria ser buscada e sim imposta de fora para dentro, a religião ocidental apresentava um traço predominantemente extrovertido: Quem se comportasse de certa maneira, comparecesse aos rituais e pagasse sua contribuição teria a salvação garantida.
Olhando este movimento com base no pensamento de C. G. Jung, segundo o qual tudo possui em sua unidade os opostos complementares, podemos dizer que o escuro da religião passou a predominar na humanidade em detrimento da parte luminosa, fazendo com que este período de pouca liberdade na busca do conhecimento fosse adequadamente chamado de época das trevas, que se estendeu até o século XVI, inicio da revolução científica. O caráter opressor do lado sombra das instituições religiosas foi tão marcante ao ponto de até os dias de hoje muitas pessoas ainda considerarem esta visão parcial a única verdade a respeito das religiões.
Era de se esperar que diante deste quadro já estivesse surgindo dentre os estudiosos, uma crescente vontade de criar um espaço aonde a igreja não tivesse uma influência tão contundente a respeito do que poderia ser considerado verdade. Renée Descartes um grande estudioso, matemático e filósofo, merece ser destacado como um marco do inicio da ciência como a conhecemos. Pertence a ele a célebre afirmação “Penso, logo existo”, que foi a base da sua dedução de que a principal característica humana era a mente, colocando-a como superior ao corpo. Embora ambas, mente e matéria fossem criadas por Deus, a primeira continha em si a essência do sagrado. Em 1637, Descartes propôs a sua teoria de que o ser humano era composto por duas substâncias, a res cogitas e a res continuas , mente e corpo eram duas substâncias separadas, o corpo atenderia às leis da física e poderia ser estudado por esta, já a mente não, ela pertencia à Deus e possuía idéias inatas inspiradas por Deus. Descartes passou um bom tempo pensando em como o corpo e a mente se comunicavam, e elegeu a glândula pineal como o ponto de interação entre as duas substâncias.
Na época Descates foi inspirado pelo mecanicismo, a nova visão de mundo via a natureza não mais como um organismo vivo e espiritual, e sim como uma grande máquina que podia ser medida e controlada. A grande metáfora do mecanicismo era o relógio, a máquina mais revolucionária da época. O universo passou a ser compreendido como um grande relógio, uma maquina perfeita que obedecia as leis da matemática, e como tal, se quiséssemos compreender o funcionamento da natureza e dos seres vivos era só estudar os seus mínimos componentes. Esta visão promoveu uma drástica mudança na maneira como as pessoas se relacionavam com o meio ambiente, abrindo espaço para atitudes antiecológicas. Enquanto a terra era considerada uma grande mãe nutridora, seria uma atitude violenta e antiética perfurar o seu corpo em busca de explorar e usurpar suas riquezas.
Para corroborar o que em Descartes era suposição filosófica, Isaac Newton demonstrou que a matéria – e conseqüentemente todo o universo - era composta por átomos, bem diferente da concepção de átomos que temos hoje. Eles eram algo semelhante a pequenas bolas duras de matéria, que unidas de maneira estática em um ponto de ligação formavam a matéria perceptível. Ele também estava influenciado pelo modelo mecanicista, e assim nasceu o paradigma newtoniano-cartesiano, que imperou como único modelo para o estudo científico até os nossos dias.
Este paradigma influenciou a divisão das áreas do saber, a supervalorização dos trabalhos que envolviam a mente em detrimento dos que utilizavam o corpo, e o conceito de inteligência como capacidade intelectual. No estudo do ser humano, este pensamento originou a divisão radical entre o trabalho de médicos e psicólogos, um só cuidava do corpo, e outro só da mente.
As idéias de Descartes foram bem aceitas por estudiosos, que alcançaram maior liberdade para realizar suas pesquisas e também pela igreja que de certa forma continuava tendo sob seu controle aquilo que era mais valoroso no ser humano: a mente. No que diz respeito ao estudo das ciências naturais como a medicina e a biologia a teoria de Descartes foi muito útil, mas também trouxe limitações, pois os cientistas, entusiasmados com as descobertas feitas a partir da concepção dos organismos vivos como máquinas, passaram a acreditar que eles nada mais eram além de máquinas. Esta visão bloqueou por muito tempo a descoberta e o tratamento de doenças físicas de origem psíquica e emocional que eram vistas e tratadas como defeitos mecânicos, obtendo-se assim pouco êxito na tentativa de cura.
Em pouco tempo, no final do sec. XVII outros filósofos como o inglês John Locke, expandiram para o estudo da mente as leis estabelecidas por Descates para o estudo do corpo, assim a mente era mais um órgão do corpo e não era mais possuidora das idéias inatas dadas por Deus. Locke estabeleceu o conceito de que a mente ao nascer era uma tabula rasa, tudo era adquirido a partir da experiência. E todo o conhecimento legítimo tinha que ser gerado a partir de dados observáveis, nada que viesse de suposições teológicas ou metafísicas era válido. Sobre esta base de parte da teoria de Descartes e Newton nasceu o Empirismo.
Foi o início do afastamento do conceito de mente compreendida como alma, substância imortal, para mente como sinônimo de cérebro, matéria física, concreta e orgânica. Foi neste ponto que se consolidou a retirada de Deus e de qualquer noção de sagrado da constituição do ser humano e da natureza. Esta por sua vez já não era mais parte do ser humano, e sim matéria a ser explorada. O grande lema era estudar para prever e controlar”.
E embora o paradigma que foi gerado a partir das idéias de Descartes e de Isaac Newton, seja o sinônimo da ciência apartada do sagrado, ambos eram homens que acreditavam em uma inteligência divina superior que criava, regia e governava as leis da natureza descobertas pelos cientistas. Descarte inclusive acreditava que seu novo modelo de ciência havia sido uma inspiração trazida por Deus.
Sem dúvida uma das maiores contribuições dos filósofos empiristas foi a abertura de espaço para o surgimento da psicologia moderna. Mesmo após a revolução científica, a psicologia ainda permaneceu muito tempo sem ser reconhecida como ciência. A compreensão do ser humano permanecia estreitamente ligada à filosofia e por vezes à religião. Para que se encaixasse concepção do que vem a ser ciência houve um longo percurso. Para que o estudo da personalidade e do comportamento se adaptasse aos moldes das ciências naturais, ela precisava de um objeto de estudo passível de ser investigado em laboratórios, e até então não se fazia idéia de como transformar a mente neste objeto de estudo nestes moldes.
Até que em 1879, Wilhelm Wundt, criou um método introspectivo, segundo o qual seria possível investigar os átomos da mente, as menores e mais simples partes que juntas compunham um pensamento complexo o primeiro laboratório de psicologia na Alemanha, e criou o primeiro movimento da psicologia científica, o Estruturalismo. É bom lembrar que a psicologia quando surgiu como ciência, não possuía as características aplicadas que têm hoje, os psicólogos estavam apenas procurando o conhecimento puro. Os estruturalistas queriam apenas saber como a mente funcionava a partir de sua estrutura, e imbuídos do espírito mecanicista e do paradigma newtoniano-cartesiano, queriam descobrir os menores elementos que compunham a estrutura do pensamento, os átomos da mente, usando para tanto, experimentos de introspecção, nos quais os sujeitos eram treinados para descrever em detalhes as percepções que lhes vinham á mente.
Também no final do séc. XIX nasceu nos EUA, com o médico e fisiologista William James o movimento Funcionalista. Eles não jogavam fora os experimentos feitos pelos estruturalistas, mas contestaram a sua visão de mente como composta por elementos atomísticos, eles enfatizavam a unidade e a natureza dinâmica da consciência. Começavam a querer saber não apenas dos elementos que compunham a mente, e sim como tudo isso funcionava, como era organizado na forma de pensamentos complexos e percepções, não apenas sensações. Nascia assim a semente da psicologia aplicada, uma característica muito forte na psicologia dos EUA até os dias de hoje. James apesar de sua orientação inteiramente cientifica, foi um grande critico do dualismo cartesiano e da visão atomicista de Newton no estudo da mente humana. Defendia a constante interação e interdependência do corpo e da mente, vendo o ser humano como uma unidade e não como conjunto de partes. É considerado um dos maiores psicólogos da historia, e suas idéias influenciaram vários ramos da psicologia. James foi um ferrenho critico das classificações médicas a respeito do que era a normalidade mental. Ele defendia a existência uma realidade maior e mais abrangente que o mundo perceptível, e que algumas pessoas místicas tinham acesso a esta realidade, e não poderiam ser classificadas como insanas, pois a medida da saúde mental era a capacidade de manter sua vida cotidiana em ordem. Se uma pessoa manifestava percepções diferentes da media e mantinha a sua vida em ordem, não poderia ser classificada como insana apenas por acessar algo que ainda era incompreensível para a grande maioria.
Desde então os estudo da psicologia cientifica se dividiram em dois grandes troncos naturalmente opostos: aqueles que procuraram estudar a mente a partir estritamente do comportamento observável, e os que admitiam que o homem era portador de uma essência oculta, o inconsciente. De cada um destes troncos brotaram diversos ramos, que por sua vez, divergiam entre si.
O movimento Behaviorista, ou, Comportamentalista, chegou a defender a idéia de que não existia o que chamamos de mente, muito menos inconsciente. Mesmo com suas diferenças, tanto os estruturalistas quanto os funcionalistas estavam interessados no que ocorria dentro da mente. Bem mais tarde nos EUA por volta de 1930, iniciando-se com o psicólogo John Watson, apoiando-se nas descobertas de condicionamento clássico do fisiologista Russo Ivan Pavlov e seus experimentos com cães, nasceu o Behaviorismo, cujo principal expoente era o psicólogo americano Buhus Skinner, que levando ao pé da letra a mente como uma tabula rasa e o homem como um ser puramente biológico, cujas bases do aprendizado seriam as experiências observáveis. Elementos subjetivos como a tristeza, a criatividade, a compaixão e etc, não eram levados em conta, pois como não podiam ser observados, logo não existiam. O homem, assim como qualquer outro animal, era fruto de aprendizagem, de estímulos e respostas. Portanto, este ramo considerava válido que grande parte das pesquisas feitas em psicologia fossem realizadas com animais em laboratórios, e seus resultados fossem deduzindo como verdades humanas. O homem seria um animal diferente dos outros animais apenas nos tipos de comportamentos exibidos.
Enfim, só existia o que era possível ser visto, o inconsciente era mera especulação. Mesmo assim, não se pode negar a importância deste movimento para a compreensão de processos como os mecanismos da aprendizagem, da memória e etc.
Paralelamente tomavam força os movimentos que viam o ser humano como algo mais, como não só possuidor de consciência, mas também de estruturas inconscientes. No final do séc XIX e início do séc XX, o médico austríaco Sigmund Freud, criador da psicanálise, foi um marco nesta tendência. Embora Freud também tenha se inspirado no paradigma materialista, não acreditando que o homem tivesse alma metafísica, abriu as portas para toda uma tradição da compreensão do ser humano como algo além do meramente observável. Mas para ele, mesmo o que não era observável, era passível de ser estudado nos moldes científicos da época, o que o fez passar quase toda a sua vida procurando estabelecer a psicanálise como ciência sem obter sucesso. Seus pares da medicina diziam que o inconsciente não poderia ser provado, por isso a psicanálise não se encaixava nos requisitos necessários para se tornar uma ciência. Freud costumava dizer que não havia como chamar de irreal algo que causava um efeito real e observável. Mesmo assim, as idéias inovadoras de Freud trouxeram um novo fôlego as pesquisas a respeito da mente humana, cujas manifestações não estavam podendo ser explicadas pelas teorias da época. A teoria de Freud se mostrava extremamente voltada para o tratamento do ser humano, o que a fez ser incorporada ao saber da maioria dos psicólogos, e embora a psicanálise não tenha se estabelecido como ciência por si só, é amplamente ensinada em muitas faculdades de psicologia, influenciando diversos métodos de tratamento psicoterápico, mesmo daqueles que não se intitulam psicanalistas.
Mas mesmo com suas idéias inovadoras a respeito do funcionamento da mente, Freud e a sua teoria psicanalítica ainda estavam vinculados ao paradigma newtoniano cartesiano. Mesmo assim, a partir de suas concepções, houve a brecha para que começasse a surgir uma nova concepção da psique de acordo com o novo paradigma emergente. Um ex aluno de Freud, o psiquiatra e psicólogo suíço Carl Gustav Jung é ainda hoje o grande referencial da psicologia que une em sua concepção de natureza humana as concepções de mundo trazidas pela física quântica. Principalmente pelo fato de que segundo seu pensamento, o homem embora exista como ser individual, está imerso em um fluxo que o faz estar interligado não só com as outras pessoas como também com o universo. E esta nova visão por ele trazida para o cerne da psicologia moderna, se deveu ao seu grande interesse pela historia da humanidade e suas culturas arcaicas, procurando justamente resgatar o elo perdido do homem com a natureza sagrada, o que segundo ele era a causa de grande parte das doenças da psique enfrentadas na atualidade. Jung também resgatou a noção de que o homem ao nascer não é apenas uma tábula rasa, mas não exatamente do modo como dizia Descartes. Segundo Jung, todos os homens ao nascer partilham de um mesmo conteúdo universal, que vai tomando forma segundo a cultura, a educação, o ambiente e as predisposições biológicas. É dele a idéia de Arquétipo e inconsciente coletivo.
Hoje estamos vivendo em plena mudança de paradigma, não só na psicologia como em todas as ciências. O paradigma newtoniano-cartesiano foi muito útil sem dúvida, principalmente no que diz respeito aos estudos dos processos psicológicos básicos. No campo da neuropsicologia, por exemplo, proporcionou um grande avanço no mapeamento cerebral e no reconhecimento das áreas responsáveis por diversas funções mentais vitais, e alterações químicas que refletiam no comportamento. Mas da mesma maneira como a física clássica mesmo sendo verdadeira não respondeu a perguntas mais profundas que surgiram a partir do nível subatômico, as explicações psicológicas unicamente baseadas em estímulos neuronais também se mostraram limitadas em questões mais profundas e subjetivas do ser humano, como o amor, a criatividade a compaixão e etc. A psique é muito maior que o cérebro. Todos os novos questionamentos nos levaram a um ponto crucial da visão segundo a qual os elementos que compõem o universo são peças que se comunicam com outras em um ponto estático, sem uma interação mais ampla. A metáfora do novo paradigma não é mais o relógio, e sim a teia, ou a rede, onde todos os elementos que existem no universo estão interagindo por muito mais que um simples ponto e se influenciam mutuamente. Quase que inesperadamente, os estudos científicos mais avançados se aproximam da religião e das medicinas alternativas, se afastando do pensamento puramente materialista. Reatando assim um laço à muito tempo rompido.
No campo da psicologia, podemos ver com cada vez mais clareza que não há de fato um limite ente mente e corpo e sim uma constante interação, a mente adoece o corpo e vice e versa, do mesmo modo que um pode curar o outro. O ser humano é um conjunto indivisível, que não é só moldado pelo ambiente, mas também o influencia. Nós transformamos o mundo ao redor através do nosso olhar sobre ele, ao mesmo tempo em que somos transformados. E a mente humana, mesmo conservando todos os conhecimentos científicos acumulados durante todos estes anos acerca de si mesma, volta a se aproximar novamente do sentido original e ilimitado da palavra psique: Alma.
•Distinções importantes:
Psiquiatria: ciência médica, estudo da doença da psique.
Psicologia: estudo da psique.
Psicanálise: teoria de funcionamento da psique humana, criada por Freud, médico neurologista, a partir da observação de doenças; Forma de pesquisa e tratamento clínico
Psicoterapia: qualquer tratamento psicológico, em geral baseado no diálogo entre paciente e psicoterapeuta; também em grupos.
Referencias bibliográficas
Historia da psicologia moderna. Duane P. Shultz e Sydney Ellen Shultz. Ed Cultrix
O ponto de mutação. Fritjof Capra, Ed Cultrix
graças a deus! nao consegui anotar nada direito na aula hahaha. mas o importante é que eu entendi
ResponderExcluirGraças a Deus que você entendeu!
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