domingo, 24 de maio de 2009

E o EU com isso?

Refleti um pouco para chegar à conclusão de que estamos vivendo na “sociedade do brinde”. Já parou para perceber? As mercadorias aparecem no mercado com uma promessa: se a pessoa comprar, ganha um brinde. Até aí, alguns podem dizer: qual o problema nisso? Aparentemente nenhum, mas vejamos:
O que emerge na cena cotidiana é o fato de que o brinde, por diversas vezes, ganha o estatuto de objeto principal a ser adquirido, deixando à margem o suposto “carro-chefe” da venda.
Assim, o sanduíche é comprado por que vem com um brinquedo; o xampu vem com uma miniatura de um creme sen-sa-cio-nal; nas compras acima de trezentos reais, o cliente concorre a uma viagem à Espanha com direito à acompanhante.
Então, como a sociedade é reflexo do modo de como a humanidade está lidando com suas próprias questões, podemos concluir que, a manifestação desse tipo de comportamento é o retrato claro de uma vivência que se coloca muito aquém do além que a constitui. De outro modo, podemos exemplificar esse fenômeno levantando perguntas como:
- Por que, às vezes, ficamos sujeitos a dizer coisas que não nos agradam, só para ganhar a simpatia alheia pautada numa farsa? Para ganhar aceitação ao preço de nos desconhecermos?
- Por que abrir para a possibilidade de escolher uma profissão/casamento sabendo, no íntimo, que não é naquela área ou com aquela pessoa que se quer viver uma vida? Para ficar rico e sair na coluna social?
E, enfim, por que abrir mão de ser o que se é, em essência, para ser um pseudo-outro ou um falso eu?
Essa resposta é sua.

Um comentário:

  1. Otimo Texto Lucimara...isso reflete muito em que vivmos realmente...São questoes que demos parar para refletir.E ver realmente o que estamos fazendo com nossas vidas...
    Um grande beijos

    Leticia

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