quarta-feira, 26 de agosto de 2009

O belo

Beleza de fato é uma coisa muito relativa, e, portanto não merece julgamento. Eu diria que a diversidade do conceito de beleza se iguala a diversidade de seres humanos na terra. E quando o assunto é relacionamento, o que torna uma pessoa bela é muito mais do que a simples avaliação plástica.
Portanto creio que se cada um fosse mais fiel a si mesmo, e aos seus próprios conceitos do que é beleza talvez estivéssemos mais felizes, porque estaríamos livres da prisão de barras invisíveis que nos é imposta a todo o momento pela TV, cinema e bancas de jornal, que ditam aos nossos olhos desde crianças o que nos DEVE parecer belo, qualquer opinião que não se encaixe no gosto vigente faz com que o outro pareça estranho e seja motivo de piadas. Nesse tempo de produção em massa de descartáveis não existe lugar para ser único, e aquele que ousa por vezes teme ser discriminado por ser diferente, pensar diferente. A massa costuma temer aqueles que sao fieis a si mesmos, pois eles a colocam frente a frente com as próprias limitações.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Aprendizado

Do mesmo modo
que da alegria
foste ao fundo
e te perdeste nela
e te achaste
nessa perda
deixa que a dor se exerça agora
sem mentiras
nem desculpas
e em tua carne vaporize
toda ilusão
que a vida só consome
o que a alimenta.

Ferreira Gullar

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Coragem

Sabe aquela gente que pega um acontecimento ruim, estraga o resto do dia e ainda diz que foi o ocorrido que fez tudo sozinho?
Sabe aquela gente que conta felicidade como quem não sabe usar a vírgula e só a coloca quando o fôlego ameaça deixar a existência?
E sabe aquela regrinha de proporção arcaica que diz que o cotidiano torna-se menos enfadonho à medida que a coragem aumenta? Pois é...

terça-feira, 18 de agosto de 2009

O advento da gripe suína: constrangimento e até interiorização!

Amigos, hoje tive um banho da nova etiqueta de comportamento imposta pelos tempos de gripe suína.
Tradicionalmente na escola dos meus filhos hoje e o dia em que antes de subir no para a sala há uma espécie de confraternização no pátio, onde cantam, e em certo ponto alto da cerimônia todos dão as mãos para os amiguinhos mais próximos em sinal de fraternidade. Pois é, hoje não foi assim... Meus caros, cada criança deu a mão para si mesma.
Outro evento: uma pessoa que gosta de ir a missa me contou que na missa de domingo, na tradicional hora em que todos se dão as mãos e desejam a paz de Cristo, ao invés de se darem as mãos a paz de cristo foi desejada com um aceno, com um thauzinho sabem?
E por minha vez, agora quando encontro um amigo ou conhecido, fico alguns segundos parada olhando para a cara da pessoa esperando para ver se existe alguma menção de dar os costumeiros dois beijinhos do carioca, ao qual sou particularmente simpática. Tomei esta precaução depois de desavisadamente ter cumprimentado uma pessoa com dois beijinhos e após o ato, testemunhar em seu rosto a expressão de quem foi mortalmente agredido.
E como se não bastasse depois disso tudo ainda começou a minha peregrinação atrás de vidrinhos de álcool gel! Foram cinco farmácias alopáticas e duas de manipulação.
Ah! E muito cuidado, álcool gel pode ser fatal para os casamentos, no momento em que escrevo esta postagem minha filha acaba de me dizer que com esse negocio de passar gel nas mãos a professora perdeu a aliança que estava há dezoito anos em seu dedo. E não foi desculpa nao gente, tinham muitas criancinhas de testemunha.
Pois é, estou me sentindo como uma pessoa em um país estrangeiro do qual desconheço as regras de boa etiqueta. Tudo bem, eu aprendo e me acostumo

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Tão perto e tão distante...

Estes dias andei conversando a respeito de uma pessoa que mesmo próxima é distante. Para quem não entende como ocorre tal fenômeno, é só pensar nas pessoas que nos rodeiam, pelas quais nutrimos afeição, que podemos ver até com bastante freqüência, e conversar durante um bom tempo e ainda assim sairmos do encontro com a sensação de que não estivemos de fato com a pessoa, como se ela estivesse sempre se colocando atrás de um vidro, ou a uma distancia segura para que não possamos de fato tocá-la. Ainda se pergunta como assim? Bom, para muitas pessoas isso já pode ser o bastante, mas para mim existe uma grande necessidade de conversas profundas, daquelas em que mesmo em doses homeopáticas a pessoa revele espontaneamente um pouco de si, que fale a respeito de seus sentimentos, da vida, experiências importantes e que também deseje perguntar algo a meu respeito, estabelecendo uma ponte entre as almas, permitimos tocar e sermos tocados espiritualmente, permitimos trocar. Assim nos enriquecemos mutuamente e sentimos a energia da vida circular, assim fazemos amigos. Infelizmente o fenômeno “tão perto e tão distante” não acontece apenas em ambientes de trabalho e estudo, acontece dentro das próprias famílias, dentro de casa... E quando isto acontece parece que falta vida e brilho. Acredito que as pessoas que se fecham têm medo, medo de se expor, de se machucar, de serem julgadas... Imagino que algumas pessoas ao lerem esta postagem logo se lembrarão de alguém que se encaixa no fenômeno. Sim, mas precisamos sempre do exercício oposto, e examinar bem se por algum motivo não somos nós mesmo que estamos erigindo um muro de vidro ao nosso redor e pensamos que é o outro. Pense bem...