Dando aula hoje mais uma vez pendei que um pedaço de mim está em tudo o que eu faço. Tudo o que me coloco a fazer inclusive durante a clínica e as aulas está inegavelmente impregnado de mim, e gosto de poder admitir isso. Certamente temos que treinar o não julgamento e a compreensão do que nos é estranho, procurando não ser refratário ao novo. Mas a tal da imparcialidade me parece uma ilusão há muito perdida. Se hoje a física quântica nos mostra que nem as partículas que olhamos são imunes a nossa presença o que dirá de todas as nossas atuações mais efetivas no mundo... Sempre digo a meus alunos que todos os grandes nomes da ciência trouxeram a teoria que trouxeram não exatamente porque fossem portadores de uma verdade inexorável, mas sim porque as pessoas que eram os possibilitaram enxergar aquela parte da historia. Tudo o que ofertamos ao mundo diariamente sempre tem um pedaço de nos. Quando penso a respeito de Jung, um homem sinceramente engajado em suas investigações fantásticas a respeito da psique, não consigo deixar de ver o homem por trás do pensamento, (ele não gostava da palavra teoria). Se Jung antes de ser o Dr. Jung não fosse Carl Gustav, jamais teria escrito o que escreveu, tratado as pessoas como tratou e se tornado a referência que é hoje. Dr. Jung trouxe aos olhos do mundo o que os seus olhos eram capazes de captar e o que a sua alma quis preparar-se para abarcar. E assim somos todos nós, e isso é lindo.
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