sexta-feira, 25 de junho de 2010

Ser humano sem sombra é ser humano sem luz

A palavra sombra nos assusta. Eu compreendo. Mas negá-la é como não querer admitir a própria natureza humana. Por este motivo, o estudo da sombra está dentre as observações mais relevantes de Jung a respeito da psique, a alma. A sombra para Jung é muito mais que um mero aglomerado de conteúdos indesejáveis, é o oposto complementar da luz, que só adquire sentido quando se conhece o escuro. Jung só foi capaz de perceber a realidade da sombra porque pensou o ser humano como possuidor de luz e transcendência.
E embora a sombra guarde conteúdos indesejáveis, conhecê-la e assimilá-la é vital. Quando pararmos com a infrutífera tarefa de fugir dela a todo custo, talvez possamos vê-la não mais como perseguidora, mas como uma companheira na nossa caminhada, que tem muito a nos mostrar sobre nós mesmos. E quando lhe damos ouvidos, nos damos a oportunidade de transformar o que precisa ser transformado, e deixamos de sabotar nosso próprio destino.
Mesmo que não queiramos olhá-la, a sombra está e estará sempre lá. Ainda bem! Pois ser humano sem sombra é ser humano sem luz. No mundo dos espíritos que habitam o planeta, corpos só não projetam sombra se estiverem em completa escuridão.
Assim na terra como na psique...

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