segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O medo.

Seria difícil não escrever nada a respeito de tudo o que vem acontecendo estes dias na cidade do Rio de Janeiro, lugar onde moro. Um dia antes da confusão armada na cidade meu filho me perguntou se medo curava soluço, pois quando se tomava um susto ele passava... Eu disse a ele que talvez a surpresa fizesse isso e não o medo. Agora já não sei...
Pois bem, quando tudo começou o medo tomou conta de toda  a cidade. Desconfiava-se de tudo, e até o paraíso da Zona Sul foi tocado. Ficamos todos com medo, eu também. Foi muito estranho ter que explicar para a minha filha de 10 anos que eu não sabia se ela iria fazer a prova porque havia uma ameaça de bomba na pracinha entre nossa casa e a escola, simples assim. Me ligaram do meu consultório dizendo que era melhor não vir porque também havia suspeita de bomba na praça de lá... 
Mas foi este mesmo medo que provocou uma reação á altura apoiada por todos os cidadãos. Enquanto todos não sentiam de fato o medo suscitado por uma guerra explícita que alcançasse os lugares mais nobres do Rio nada era realmente realizado na cabeça da cidade como um todo, isso era coisa do túnel para lá. Mas nossa cidade cercada de morros não tem para lá, é tudo aqui mesmo.
O medo em si não diz muito, o que deve ser levado em conta é o tipo de reação por ele suscitada. A pessoa pode recuar sentindo-se acuada, ou responder com grande agressividade, atacar para se defender. A reação  está sendo o ataque depois de muito tempo de recuo, vamos ver o que há de vir. Será que medo cura?

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