quinta-feira, 31 de março de 2011

"Até que a morte os separe"

Esta frase sempre me pareceu enigmática. Desde criança, sempre que eu ia em um casamento estranhava a necessidade de fazer aqueles juramentos. Segundo a minha lógica infantil, se as pessoas já estavam ali mesmo, chamando tanta gente para comemorar uma união, já não estava bem claro tudo aquilo?
O tempo passou e obviamente posso enxergar a necessidade ritualística daquele momento. Mas com os anos também me veio novamente a estranheza do mesmo juramento, só que de outro ponto de vista, o de que se hoje em dia as pessoas descasam tão depressa, para que prometer algo que não sabe se vai aguentar cumprir?
Com o exercício da clínica psicológica e a visão espiritual, vejo que o risco da separação não está na morte, está na vida. Está nas contas para pagar, nas divergências de educação, TPMs não compreendidas, aniversários esquecidos, maridos negligenciados por causa dos filhos, excesso de atenção na carreira, cabelos brancos, barrigas infladas, estrias, falta de carinho, a vizinha gostosona e principalmente: modos diferentes de conceber o mundo, o amor e a vida.
É uma ilusão acreditar que o casamento irá nos fazer feliz, nós é que temos o poder de fazer o casamento ser feliz.
Pensando nisso poderíamos prometer: Que a vida nos una além da morte.
Acredito que se dois espíritos realizam o grande feito de ter uma vida saudável e bastante feliz juntos, a morte apenas irá perpetuar aquela ligação, consolidando a afinidade que certamente os unirá em outro momento. Sim, eu sou reencarnacionista mesmo, mas isso quase todos vocês já sabem...




sábado, 19 de março de 2011

Expansão dos limites

A estagnação pode se ocultar também nos patamares mais altos da evolução intelectual, psicológica e espiritual..
Somos acostumados a pensar que a acomodação  só acomete seres ignorantes e preguiçosos. Mas aquelas pessoas super inteligentes, super pacientes, super talentosass são as vítimas mais vulneráveis a estagnação através do orgulho, por acreditarem-se  evolvidos a ponto de terem pouco ou quase nada pra aprender, ceder, examinar... 
Mas não tem problema não, porque neste mundo tudo tende ao movimento, toda a vida é puro movimento, e quando por acaso empacamos somos impelidos a continuar, nem que seja aos solavancos, no tranco. Não importa o quão paciente, inteligente, talentoso você seja (ou imagina ser, porque só os outros realmente sabem estas coisas ao nosso respeito) a vida sempre lhe apresentará situações nas quais você precisará ser um pouco mais, se esforçar um pouco mais, aguentar um pouco mais e então nossa! Você já é mais capaz do que era antes pois expandiu os seus limites. E não importa até onde os outros chegaram, e sim onde você chega. É assim que nós crescemos, física e psicologicamete.
Portanto não se iluda, nós nunca crescemos o bastante, sempre há mais o que aprender e evoluir enquanto os nossos olhos ainda se abrirem pela manhã.

terça-feira, 15 de março de 2011

A lição da terra que treme

Muitas vezes eu procuro explicar para alunos, e por vezes para pacientes, a noção que de acordo com o novo paradigma afirma estarmos todos conectados. Para fazê-los compreender esta idéia, falo de autores  como o físico Fritjof Capra, o Biólogo Ruppert Sheldrake com seus campo morfológicos e morfogenéticos, o psiquiatra Stanislav Grof e é obvio Carl Gustav Jung com o Inconsciente Coletivo e tantos outros pensadores. Mas percebo que com a criação extremamente individualista que vem a séculos moldando mentes (e a muito mais tempo, espíritos), empederniu tanto a compreensão de alguns que passou a ser muito difícil sequer imaginar como de fato é possível que estejamos todos ligados.
Pois é, terra estes dias nos deu uma lição prática. As placas tectônicas, mesmo existindo como entes separados, ao se tocarem fizeram tremer o globo, e ainda teve quem não viu. Afinal foi lá no Japão né! 
Para nós aqui no ocidente, e especialmente no Brasil, por ter o fuso de exatas 12 horas de diferença, o Japão funciona no imaginário de muitas pessoas como o inconsciente, a sombra, aquilo que está do outro lado, escondido, totalmente outro. Quando aqui é dia lá e noite e vice versa. Enfim: se teve gente que nem se abalou com o que aconteceu na região serrana imagina no Japão!
Pois é, mas do Japão subiu uma fumaça radioativa, que se espalha de forma insidiosa pelo ar, e o ar, circula por todo continente, não tem pátria. Estamos todos ligados, sem ter para onde correr. Compartilhamos a mesma atmosfera, e o lixo jogado por uns atinge a todos, até mesmo aqueles que sequer fazem uso de uma lâmpada abastecida por usinas nucleares. Sim, tudo é da nossa conta, tudo nos importa, e sempre podemos fazer alguma coisa.
Aproveitando o ensejo, a poluição causada pelo derretimento dos reatores serve como alegoria para o fato de que todo pensamento ruim, tristeza, infelicidade, e mágoa, desespero e maldade também geram toxinas que são colocadas no Inconsciente Coletivo. O Inconsciente coletivo  para nossa psique pode  ser comparado a atmosfera, ao ar que compartilhamos. Então sim, é da minha conta o que sente o próximo, seja em termos de necessidades imediatas e concretas como em emergências psicológicas. É como se com estes acontecimentos ficasse cada vez mais claro que a divisão entre o eu e o outro é uma ilusão. 
A consciência ecológica verdadeira anda de mãos dadas com o amor.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Justo eu!

Pois é, escuto muito esta frase quando as pessoas são convidadas a enfrentar seus medos. A vida, com sua sabedoria - nem sempre fácil de lidar - nos faz enfrentar justo aquilo que mais nos apavora, apresenta provas cuja superação depende de vencer nossas próprias fraquezas.
Sim, somos testados naquilo que mais precisamos desenvolver. Geralmente são situações, transformações, decisões, das quais sempre tentamos fugir, adiar... Mas um grande dia eis que é vai ou racha!
Caso você esteja passando por alguma situação do gênero, o melhor que eu tenho a lhe dizer é enfrente, se supere, expanda a sua capacidade de compreensão, coragem paciência e etc. 
Tudo aquilo que nos negamos a resolver sempre volta como um bumerangue, em velocidade redobrada.
Lembre-se de que nada é por acaso.