Muitas vezes eu procuro explicar para alunos, e por vezes para pacientes, a noção que de acordo com o novo paradigma afirma estarmos todos conectados. Para fazê-los compreender esta idéia, falo de autores como o físico Fritjof Capra, o Biólogo Ruppert Sheldrake com seus campo morfológicos e morfogenéticos, o psiquiatra Stanislav Grof e é obvio Carl Gustav Jung com o Inconsciente Coletivo e tantos outros pensadores. Mas percebo que com a criação extremamente individualista que vem a séculos moldando mentes (e a muito mais tempo, espíritos), empederniu tanto a compreensão de alguns que passou a ser muito difícil sequer imaginar como de fato é possível que estejamos todos ligados.
Pois é, terra estes dias nos deu uma lição prática. As placas tectônicas, mesmo existindo como entes separados, ao se tocarem fizeram tremer o globo, e ainda teve quem não viu. Afinal foi lá no Japão né!
Para nós aqui no ocidente, e especialmente no Brasil, por ter o fuso de exatas 12 horas de diferença, o Japão funciona no imaginário de muitas pessoas como o inconsciente, a sombra, aquilo que está do outro lado, escondido, totalmente outro. Quando aqui é dia lá e noite e vice versa. Enfim: se teve gente que nem se abalou com o que aconteceu na região serrana imagina no Japão!
Pois é, mas do Japão subiu uma fumaça radioativa, que se espalha de forma insidiosa pelo ar, e o ar, circula por todo continente, não tem pátria. Estamos todos ligados, sem ter para onde correr. Compartilhamos a mesma atmosfera, e o lixo jogado por uns atinge a todos, até mesmo aqueles que sequer fazem uso de uma lâmpada abastecida por usinas nucleares. Sim, tudo é da nossa conta, tudo nos importa, e sempre podemos fazer alguma coisa.
Aproveitando o ensejo, a poluição causada pelo derretimento dos reatores serve como alegoria para o fato de que todo pensamento ruim, tristeza, infelicidade, e mágoa, desespero e maldade também geram toxinas que são colocadas no Inconsciente Coletivo. O Inconsciente coletivo para nossa psique pode ser comparado a atmosfera, ao ar que compartilhamos. Então sim, é da minha conta o que sente o próximo, seja em termos de necessidades imediatas e concretas como em emergências psicológicas. É como se com estes acontecimentos ficasse cada vez mais claro que a divisão entre o eu e o outro é uma ilusão.
A consciência ecológica verdadeira anda de mãos dadas com o amor.
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