segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Amor de mãe não morre.

Um dia destes, estava vendo um filme do Harry Potter, no qual a cicatriz que o menino carregava na testa era um sinal que o lembrava do amor de sua mãe que foi capaz de dar a vida por ele, e este amor era o verdadeiro escudo do garoto contra as forças das trevas. Esta ficção na verdade, falava de forma quase mítica de uma verdade profunda, quando se tem o amor de uma mãe, mesmo que ela já não esteja mais presente, o fato de ter sido tão amado por alguém permanece na psique de forma marcada e profunda, fazendo com que por mais que o mundo coloque uma pessoa a prova, a auto estima permaneça, e lá no fundo algo de inabalável permanece, fazendo base para que a pessoa se reerga apesar dos revezes da vida.
Já o inverso também é verdadeiro, muitas pessoas com a vida relativamente tranquila e sem solavancos, demonstram fragilidade e baixa auto-estima, e na maior parte destes casos, mexendo lá no fundo, encontramos a sensação de não ter sido amado, de ser desamparado, são os casos dos órfãos de mães vivas. Estes precisam se superar e encontrar dentro de si mesmos a energia de uma mãe arquetípica, ou divina que existe para todos nós, e mesmo em aparentes calmarias, podem levam mais tempo para se reerguer que os outros em tempestades.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Conhece-te e ama-te a ti mesmo como de pai para filho

Um paciente esta semana estava se perguntando o porque de não conseguir seguir em frente com os seus projetos pessoais, mudanças e transformações que eram urgentes e obvias no campo racional. Se a razão ditava por que afinal de contas ele não obedecia a si mesmo? Além disso, também não conseguia reconhecer suas qualidades como marido e pai de família por mais que as evidencias o apontassem como tal.
Obviamente a resposta não estava no nível racional. Algumas semanas depois, quando falávamos a respeito da sua adolescência, um período muito difícil em casa e na escola, durante o qual tudo o que ele fazia era desmerecido e tido como um fracasso, ele confessou sentir ódio daquele adolescente, que queria matá-lo de vez, pois ele era uma vergonha e o atrapalhava até os dias de hoje. Ele parecia falar de outra pessoa.
Depois que a descarga emocional inicial foi liberada, perguntei a ele se o seu filho na adolescência por ventura passasse pela s mesmas dificuldades que ele falou, se ele diria estas palavras e agiria com ele como tal?
"Claro que não" me respondeu. Perguntei então a ele por que o adolescente que ele era, e que não iria morrer sem que ele fosse junto, não merecia um abraço, apoio, crédito e principalmente amor? Será que ele já não tinha sofrido muito com as represálias paternas?
Amar a si mesmo, amar ao próximo como a si mesmo, é algo que ouvimos com bastante frequência, mas dificilmente sabemos do que realmente se trata, ouvimos como uma ordem, mas na verdade é uma chave para vida Só somos capazes de amar o próximo quando amamos a nós mesmos e nos tratamos com carinho, pois somos o ser mais próximo de nós mesmos, e quando nos tratamos com amor, este amor irradia para os outros próximos e promove verdadeiras transformações, pois liberta o espírito.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

A alface, o fast food e o antidepressivo. Reflexões a respeito da paciência.


Quando muitas vezes dizemos que as pessoas precisam entrar mais em contato com a natureza, a primeira coisa que costuma vir a cabeça das pessoas é um hotel fazenda com uma baita infra para relaxar... E depois de ter passado um bom final de semana podem voltar e começar a se estressar de novo. É uma relação quase consumista, sem que de fato tenham se conectado com a natureza, nada realmente aconteceu. Tudo continua extremamente imediatista e desconectado da própria natureza humana - que não à toa se chama natureza. E assim, tudo se torna precipitado, frágil e artificial, desde relacionamentos, conversas, trabalhos e a alegria e a alimentação. Come-se fast food imaginando-se que é alimento, toma-se antidepressivo imaginando-se curado e feliz, fica-se na night imaginado-se amado e assim por diante. 
E a alface? Bem, a alface é a cura. Mas para que funcione não basta comprar as folhas, é necessário pegar as sementes, plantar, regar e esperar, esperar e esperar... As alfaces crescem bem rápido, mas para quem vive tão desconectado de tudo, chegará até mesmo a duvidar de que de fato algo irá crescer, pois se o resultado não é imediato, logo não existe. Persista segure a ansiedade e será uma alegria sem fim quando o broto aparecer, você ainda não pode come-la, tudo tem sua hora, há de zelar pelo pezinho. No dia em que ele estiver no ponto, coma antes de dormir, pois ainda por cima é um calmante natural.
Depois disso, talvez você tenha começado a compreender que como no caso da alface, tudo na nossa vida tem seu tempo, e cresce, mesmo que ainda esteja longe das nossas estreitas vistas.