domingo, 23 de fevereiro de 2014

Birra e Limite - Reflexões de quinta (feira:)



Birra, este foi um dos temas de nossa conversa no programa Encontro com Fátima Bernardes de quinta.
Pois sim... Por onde inicio? Pela persona psicóloga ou mãe mesmo? Sim, porque falar de birra sem ter passado pela situação na própria pele pode parecer com o ato de passar uma receita de bolo a qual nunca cozinhou e garantir que dá certo e é uma delícia. É muito fácil apontar o dedo para incompetência paterna e principalmente materna, quando se vê uma cena de birra. E por mais que possa ser verdade, se você não passou pela experiência de criar crianças por favor entenda que não está no lugar de julgar, mesmo que possua títulos (na platéia havia uma educadora que também não sabia o que fazer quando o assunto era seu próprio filho). E se você já criou ou cria filhos - enteados, sobrinhos e afilhados também contam - tem o dever de ser um pouco mais solidário. Na verdade, ninguém está no lugar de julgar ninguém. Vamos seguir em frente.
As pessoas tendem a entender a birra como uma coisa só, como um fenômeno único e de mesmo significado para qualquer criança, mas birra é o sintoma, é sinal de algo que acontece internamente com a criança. A causa do sintoma pode ser um simples teste de limites, uma afronta, ou até mesmo um pedido de socorro, um alerta de que algo não vai bem. Neste caso apenas repreender não é suficiente e pode fazer com que a situação se agrave. O limite da birra deve ser dado em qualquer caso, mas o olhar posterior é que deve ser diferente. As atitudes devem ser preventivas, devem evitar novos episódios, e não simplesmente abafar a manifestação pontual.
Mas Quando reconhecer que a birra é um teste da paciência parental, ou é um sinal de que a criança não está bem? Isso é muito difícil de discernir. 
Estes "ataques", principalmente em crianças pequenas, é uma forma de comunicação, já que elas ainda não possuem argumentação verbal suficiente. É a manifestação de algum desagrado e do desejo de conseguir o que a criança quer. Dependendo do que for obviamente não deverá ser atendido. Mas mesmo que seja algo pertinente, é bom atender depois da birra, mostrando que não é o este o caminho para conquistar o que se quer. Aliás, muitos pais na tentativa de calar os filhos para fugir de situações difíceis e constrangedoras,acabam simplesmente fazendo com que os episódios sejam mais frequentes.
É essencial que os pais conheçam bem os seus filhos para saber o que fazer, pois como eu sempre digo, cada caso é um caso, temos mesmo é que descobrir qual é o nosso caso.
É nosso dever como pais cumprir a tarefa de mostrar limites e ajudar o filho a lidar com as frustrações, pois impor limites vai muito além de simplesmente repreender de forma enérgica e muitas vezes agressiva, e amar vai muito além de deixar a criança "feliz" o tempo todo, de ter medo de dizer não. Muitos pais ficarem pouco tempo em casa e sucumbem a culpa da falta de dedicação. É um caso sério, fenômeno comum nos nossos dias que faz com que na verdade os pais se preocupem mais em aplacar a própria culpa e dificuldade de lidar com as suas frustrações que dar o que realmente o filho precisa.
Crianças pedem sempre limite, precisam dele, caso contrário não sabem para onde devem ir, limites norteiam o crescimento psicológico saudável de uma criança, por isso muitas vezes elas mesmas o pedem, gerando nestas ocasiões o comportamento da birra.
Grata mais vez pela sua atenção

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Consumismo doentio - Reflexões de quinta (feira;)

Bem, vamos continuar o projeto reflexões de quinta. Hoje os assuntos debatidos no programa Encontro foram: consumismo e infidelidade financeira, creche e piriguetes. Bem eclético eu diria. Os convidados foram agradáveis companhias, Jairzinho, sua esposa a atriz Tania Kalill e o ator Bruno Gissoni. Pessoas interessantes sempre ajudam a criar uma conversa mais produtiva. No intervalo acabei descobrindo que Tânia é minha colega, sim, formada em psicologia!
No que diz respeito ao assunto consumo exagerado, acredito ser um fenômeno moderno. Nos primórdios da humanidade, não haviam supermercados e industrializados e máquinas de produção em série. Tudo que se consumia levava um bom tempo para ser plantado colhido e manufaturado. Logo, mesmo que se quisesse, não era possível consumir tanto, pois corria-se o risco de morrer de fome em lugares com inverno rigoroso por exemplo.  Este contato direto com a origem das coisas, com a natureza, nos mantinha mais conectados com o ritmo equilibrado da natureza, oque como já dizia Jung, ajuda o ser humano a manter-se mais centrado em sua própria natureza. Portanto, este afastamento cria um ambiente propício para a instalação de vazios na alma, que não são identificáveis, levando a doença e a tentativa desesperada e inútil de preenche-la com, drogas, álcool, fumo compras sexo, comida e etc. Até o ponto em que as próprias pessoas passam a ver os outros, e a si mesmas como mercadorias a serem consumidas e descatadas, tão adoecidas que acham isso "normal". É triste, é preocupante.  E por incrível que pareça, as pessoas com poucos recursos financeiros são as mais bem afortunadas no quesito alerta para esta doença, do que as pessoas que possuem boa situação financeira, pois estas não tem nada para lhes dizer que está indo no caminho errado, que está passando dos limites normais do prazer pela aquisição de bens materiais. Caminham com rapidez para longe de si mesmos, atribuindo o próprio valor ao que são capazes de consumir. A questão na verdade não são os gastos financeiros, mas a energia emocional, psicologica e espiritual desperdiçada por pessoas que procuram qualquer coisa que as distraiam o bastante do seu próprio eu. Muitas crianças já nascem com este modelo pronto, se tornando jovens reféns de um pensamento limitante e mórbido, sem que lhes seja apresentada uma saída.
E quando tudo isso ainda descamba para a necessidade de mentir para o companheiro, pode ser a porta de entrada para a desconfiança, pois dinheiro na verdade tem muito mais a ver com a emoção e a confiança do que com algo lógico e simplesmente numérico. Inverdade é sempre inverdade, mesmo que seja uma semente pequena, pode germinar e se transformar em uma erva daninha dentro de um relacionamento, minando-o. Vamos prestar sempre atenção nas pequenas coisas...
Bom, a creche e as piriguetes vão ficando para depois.
Grata pela atenção

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

SORTE - Reflexões de quinta (feira :)

Quase todas as quintas em que participo do programa Encontro com Fátima Bernardes, os assuntos parecem se alongar para além da tela. Fico com vontade de falar algumas coisas que pelo ritmo e tempo do programa, além do espaço que deve ser dado a todos, não cabem. Então inauguro hoje o espaço REFLEXÕES DE QUINTA (FEIRA) aqui no blog mesmo, pois quem gosta de assistir vai poder ler um pouquinho mais e saber o que eu queria ter dito a mais mas não disse. E sempre tem coisa, pois como uma legítima geminiana (gosto de astrologia mesmo) boas conversas como aquelas nunca se esgotam.
Bem, ontem falamos de SORTE, tema muito interessante. Os convidados falaram bastante a respeito de como boas palavras e boas atitudes podem trazer a sorte para mais perto de nós.  Mas eu quero acrescentar a isso os bons sentimentos que precisamos cultivar em nossos corações para trazer mais sorte. A inveja de quem tem sorte por exemplo, é um dos sentimentos mais negativos que existem no universo, e sinceramente não acredito em inveja branca, inveja por si já traz na raiz da palavra o desejo de tirar do outro algo que se quer para si. Mas se não seja possível tomar o objeto, pessoa ou situação invejada, persiste o desejo que a pessoa perca o que tem.
Obviamente um sentimento como a inveja traz a força da destruição, da desolação, da sombra, da amargura e etc. Pois a alegria de ver alguém perder algo, faz com que aquele que inveja carregue perda como situação ilusória de alegria, logo, ele mesmo está mandando para a sua mente e espírito que alegria é perda, logo, ele mesmo não vai ter nada, e por não ter nada vai continuar sempre invejando, gerando um círculo vicioso sem fim que consome vidas e afasta as oportunidades de sorte. A sorte sempre está ligada a sentimento e atitudes positivas. E definitivamente a inveja não é positiva.
Então, se quer ter sorte, não inveje a sorte do outro, se alegre, tenha admiração, pois pode aprender com ela a chegar onde a pessoa admirada chegou, a admiração é construtiva, inspiradora e faz com que se gaste  energia procurando melhorar a própria vida ao invés de destruir a do outro e a sua própria.
Grata pela sua atenção e bom fim de semana para todos nós.