sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Consumismo doentio - Reflexões de quinta (feira;)

Bem, vamos continuar o projeto reflexões de quinta. Hoje os assuntos debatidos no programa Encontro foram: consumismo e infidelidade financeira, creche e piriguetes. Bem eclético eu diria. Os convidados foram agradáveis companhias, Jairzinho, sua esposa a atriz Tania Kalill e o ator Bruno Gissoni. Pessoas interessantes sempre ajudam a criar uma conversa mais produtiva. No intervalo acabei descobrindo que Tânia é minha colega, sim, formada em psicologia!
No que diz respeito ao assunto consumo exagerado, acredito ser um fenômeno moderno. Nos primórdios da humanidade, não haviam supermercados e industrializados e máquinas de produção em série. Tudo que se consumia levava um bom tempo para ser plantado colhido e manufaturado. Logo, mesmo que se quisesse, não era possível consumir tanto, pois corria-se o risco de morrer de fome em lugares com inverno rigoroso por exemplo.  Este contato direto com a origem das coisas, com a natureza, nos mantinha mais conectados com o ritmo equilibrado da natureza, oque como já dizia Jung, ajuda o ser humano a manter-se mais centrado em sua própria natureza. Portanto, este afastamento cria um ambiente propício para a instalação de vazios na alma, que não são identificáveis, levando a doença e a tentativa desesperada e inútil de preenche-la com, drogas, álcool, fumo compras sexo, comida e etc. Até o ponto em que as próprias pessoas passam a ver os outros, e a si mesmas como mercadorias a serem consumidas e descatadas, tão adoecidas que acham isso "normal". É triste, é preocupante.  E por incrível que pareça, as pessoas com poucos recursos financeiros são as mais bem afortunadas no quesito alerta para esta doença, do que as pessoas que possuem boa situação financeira, pois estas não tem nada para lhes dizer que está indo no caminho errado, que está passando dos limites normais do prazer pela aquisição de bens materiais. Caminham com rapidez para longe de si mesmos, atribuindo o próprio valor ao que são capazes de consumir. A questão na verdade não são os gastos financeiros, mas a energia emocional, psicologica e espiritual desperdiçada por pessoas que procuram qualquer coisa que as distraiam o bastante do seu próprio eu. Muitas crianças já nascem com este modelo pronto, se tornando jovens reféns de um pensamento limitante e mórbido, sem que lhes seja apresentada uma saída.
E quando tudo isso ainda descamba para a necessidade de mentir para o companheiro, pode ser a porta de entrada para a desconfiança, pois dinheiro na verdade tem muito mais a ver com a emoção e a confiança do que com algo lógico e simplesmente numérico. Inverdade é sempre inverdade, mesmo que seja uma semente pequena, pode germinar e se transformar em uma erva daninha dentro de um relacionamento, minando-o. Vamos prestar sempre atenção nas pequenas coisas...
Bom, a creche e as piriguetes vão ficando para depois.
Grata pela atenção

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