Desde que comecei a me interessar pelo pensamento de Carl Gustav Jung, ouço algumas pessoas dizendo que não se interessaram por ele por ser demasiado complexo. Isso sempre me surpreendeu, pois para mim parece simples, porém jamais simplório. Nestes anos dando aula, percebi que a questão do inconsciente coletivo é uma pedra fundamental para ir adiante no pensamento de Jung ou empacar de vez. Tem gente que vai, tem gente que fica... E quando fica não é exatamente por não entender, (pois modéstia a parte, até que explico direitinho segundo meus próprios alunos) mas por não concordar com o paradigma segundo o qual a mente não é material e restrita ao cérebro e às percepções físicas. Nestes casos só cabe o respeito e ponto.
Para compreender Jung é necessário não se contentar com o que é meramente observável, é necessário ver com os olhos do espírito, aquele que pressente que existem mais coisas do que os 5 sentidos podem captar.
Este pensamento pode ser libertador para alguns e profundamente desamparador para muitos. Portanto, respeito e ponto.
Mas quando questionada a respeito da real possibilidade de existência de algo como o inconsciente coletivo, gosto de pedir para perguntarem aos seus avós o que fariam, se na juventude deles alguém dissesse que seria possível existir uma rede de comunicação internacional onde poderíamos acessar pensamentos, idéias, mandar mensagens, documentos, nos comunicar em tempo real olhando o rosto de alguém, sem que houvesse sequer a necessidade de um fio para isso! Alguns se animariam com a idéia e se dedicariam imediatamente a tarefa de tornar este sonho viável, procurando desenvolver novas tecnologias. Outros mandariam internar o visionário sob o diagnóstico de esquizofrenia... Para mim a internet é uma analogia do inconsciente coletivo.
Mas tudo só chega no momento em que há desenvolvimento suficiente para se manifestar, e percebo que precisamos desenvolver a tecnologia interior para acessar o inconsciente coletivo, como pessoas que ainda precisam comprar um computador para acessar a internet, mas ao contrário de um computador esta tecnologia interior não se compra com dinheiro.
Mas, a criatividade verdadeira só nasce quando se tem a coragem de tirar os pés do chão, e imaginar o inimaginável.
Tatiana. Gostei muito da analogia do ic coma in ternet. Falta agora descolar uma tecnologia de acesso. Estamos aguardando sua nova contribuição. Obrigado. Luiz Carlos aloinoan@gmail.com
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