terça-feira, 23 de junho de 2009

Big Bang

Estava dirigindo e conversando com duas amigas sobre uma outra pessoa - que não estava ali para se defender - a respeito do enfrentamento dos próprios fantasmas, antes que eles invadam a "casa" de cada um e só dê para fazer filme trash ou terror subjetivo.
Então surgiu o assunto do medo, de como as pessoas evitam o contato consigo próprias em virtude de acreditarem não suportar uma inserção mais íntima na singularidade que compõe a constelação psíquica de cada um.
Daí lembrei de alguns fantasmas pessoais, dos embates travados, por vezes ininterruptamente - no silêncio do dia e na calada da noite - das angústias e contornos possíveis, das agulhas que, de tanto procurar, acabei por encontrar no palheiro das intermináveis incursões internas.
E como sou antiga, da época do cinema com lanterninha, confesso que tal empreitada não teria sido possível sem o anúncio seguro de um guia, um farol, algo ou alguém que lançasse sobre mim ora o meu próprio reflexo, iluminando-me, ora clareando, do alto, um percurso sombrio e funesto encontrado em meu próprio ser.
Embalada por tal perspectiva, deparei-me, por conseguinte, com uma frase do Jung (na obra: "Presente e Futuro"), dessas que só um príncipio da sincronicidade pode dar conta. É assim:

" O medo da psique inconsciente é o obstáculo mais árduo no caminho do autoconhecimento e também no entendimento e abrangência do conhecimento psicológico. Por vezes é tamanho que nem se consegue confessá-lo. Essa questão deveria ser considerada com seriedade por todo homem religioso, pois ela poderia lhe fornecer uma resposta iluminadora." (p.22)

Como metáfora, vou até a teoria do big bang e tiro dela o estrondo. Será necessário chegar ao ponto de se "explodir" para de lá nascer para a vida?

Nenhum comentário:

Postar um comentário