Quando comecei a estudar a visão da psique segundo Jung me encantei com a noção de que a doença mental era uma tentativa malfadada de obter a cura. Esta afirmação guarda em seu cerne a idéia de que na verdade o ser humano não procura a doença e sim a cura, a saúde. Os desvios encontrados neste caminho é que conduzem à doença.
Este pensamento também é válido para doenças físicas (se é que há separação entre físico e psicológico e espiritual). Muitas vezes vejo casos quase corriqueiros de pessoas que adoecem a si mesmas. Pessoas que estão sempre correndo todos os dias, que não conseguem recusar compromissos ou delegar tarefas, que por isso dormem pouco se alimentam mal e etc, sempre se negando a ouvir os conselhos dos amigos e os sinais do próprio corpo para parar. E o que acontece? Do nada a pessoa cai doente, e finalmente consegue não fazer nada. Incrível? Nada disso.
Para exemplificar usando um caso extremo, até mesmo aquele que tenta acabar com a própria existência está de fato procurando a cura para a dor insuportável que se tornou a vida. Já ouvi falar de pensamentos materialistas a respeito da existência humana afirmarem que quando a pessoa chega a atentar contra a própria vida é porque de fato compreendeu que a vida é sem sentido. Mas eu sempre achei esta afirmação o cúmulo do desvio na busca da saúde, a doença em mentes que deveriam trazer a cura. Por isso a visão de alguém que acredita no sentido da existência humana jamais poderia pender para este lado. Se tudo faz sentido, então há uma saída. Se refizermos o caminho da doença, pelo mesmo caminho podemos trazer a cura.
Nenhum comentário:
Postar um comentário