quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Como criança

Esta semana fui a um evento da SBPA (Sociedade Brasileira de Psicologia Analítica) e na ocasião estavam vendendo o tão esperado "Livro Vermelho- Liber Novus" de C. G. Jung. Quem é da área e gosta de estudar o legado de Jung sabe da importância deste livro, que torna acessível ao nosso estudo a gênese do pensamento que tanto admiramos e utilizamos. Além do que, o livro em si é enorme, pesa quatro quilos e meio e tem gravuras lindíssimas. De modo que após minha aquisição, voltei para casa literalmente abraçada a ele, pois era impossível, para mim, carregá-lo de outro jeito. Foi neste momento, que o simples ato de carregar um objeto desejado e valioso para mim de encontro ao peito me trouxe um sentimento profundo de satisfação que eu já havia sentido antes. Quando seria mesmo? Ah! Foi quando  aos 3 anos de idade meus pais me deram um enorme urso de pelúcia no Natal, um que eu namorava sempre quando passava na loja de brinquedos. Ele era tão grande para mim que a unica maneira de carregá-lo foi de encontro ao peito. Embora fossem dois objetos, a emoção por eles causadas certamente estão além do valor em si. Embora o livro seja bem caro e eu não faça idéia de quanto tenha custado um urso daqueles em 1977 (ainda mais com tantas trocas de moeda desde então...), já ganhei coisas certamente mais caras que não me despertaram o mesmo sentimento de satisfação. 
Mas o que quero dizer mesmo com tudo isso, é que nós podemos crescer, e os objetos ou as aspirações podem (e devem) mudar, mas há algo de essencial a ser acessado quando se toca a alma do homem que não muda nunca, está na base, está no fato de ser humano, e no final o que importa mesmo é o sentimento.

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