Inteligências Múltiplas ou Variedade de Equívocos
Muito se tem falado em inteligência múltipla.
Aquele aluno não se adapta bem em tal escola por que tem baixa desenvoltura cognitiva, porém, grande inteligência artística, musical. O outro tem uma grande desenvoltura nas aulas de Educação Física, mas é um horror em todas as outras disciplinas. É que ele tem uma grande inteligência físico-motora, um verdadeiro atleta.
Já aquele, coitado, é um excelente aluno, quase um gênio, mas com uma baixíssima inteligência emocional frente à resolução de conflitos com os colegas. Vive se metendo em confusão.
O que dizer dessa novidade de mercado que diz que temos tantas inteligências quanto nossa inteligente capacidade de criá-las?
Que inteligência é uma só.
No entanto, ela aparece, enquanto fenômeno, de muitas maneiras.
Uma breve viagem no tempo pode nos propiciar uma constatação inequívoca do que acabo de dizer. Vejamos, portanto, Leonardo da Vinci. Pintor, escultor, arquiteto, matemático, visionário.
Quantos advogados, poetas, filósofos, médicos, tudo em uma só pessoa, já existiam há centenas de anos? Alguém falava em inteligências múltiplas?
Acontece que vivemos ainda sob a propagação dos efeitos positivistas em nossa cultura. O homem ainda é compreendido de forma segmentada, tal qual o mecanicismo industrial que faz de um automóvel, uma junção de peças.
Então, movidos por uma espécie de pseudo-caridade, susbtituem segregação social por segmentação de inteligências e levantam a bandeira da inclusão e democratização do ensino. Mas na hora do vestibular...
Tudo bem, vamos dividir, desde que ninguém saia do domínio de quem efetivamente manda...
Por um acaso, quando sou convidado para uma festa e como uma fatia de bolo, passo, automaticamente, à condição de aniversariante?
Desculpem-me, mas, para esse engodo, eu não vou bater palminha.
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