terça-feira, 15 de novembro de 2011

O Tempo



O Tempo é longo quando se espera
O Tempo é curto quando se está feliz

O Tempo traz ansiedade
O Tempo traz  esperança

O Tempo deixa saudade
O Tempo cura a ferida

O Tempo traz tempestade
O Tempo traz bonança

O Tempo encurta
O Tempo faz crescer

O Tempo é passado
O Tempo é futuro

O Tempo na verdade é tudo
O Tempo na verdade é o Nada

O Tempo é este momento


sábado, 15 de outubro de 2011

É dando que se recebe (de si mesmo)


Ouvimos constantemente que a solução está dentro de nós, que a paz está dentro de nós e que o sagrado está dentro de nós.
Muitas pessoas acreditam nisso.
Mas quantas pessoas sabem disso?
Quantas pessoas sabem o que há dentro delas mesmas?
Como encontrar a verdade em nosso interior quando todos os dias, em todos os momentos, a mídia diz que a solução está no governo, nas pílulas, nas tinturas para cabelo, em um namorado(a), sete quilos a menos e etc?
Existem momentos na vida em que estes pale ativos  deixam de funcionar, e tudo o que importa é ser compreendido. São aqueles momentos de angústia na qual o ser humano sente-se  isolado do planeta com seus sentimentos dúvidas e carências, um legitimo sentimento de desamparo. 
E o que fazer então?
Procurar dentro de nós mesmos a força.
Por mais paradoxal que seja, experimente nestas horas dar o que você mais precisa."amar que ser amado, compreender que ser compreendido, pois é dando que se recebe". Recebe mesmo, mas de você. Pois dar compreensão quando esperava ser compreendido, faz de você uma pessoa repleta.onde imperava o vazio. Procure dentro no seu interior o canal para acessar a força superior e doe. Imediatamente você passará e se encher de vida e riqueza.
O ser humano, como tudo o que existe sobre a terra, é feito de polaridades complementares, como também apregoava o velho Jung. Nos momentos de fraqueza aparente, existe também a força escondida dentro de nós.

A saída está do outro lado...
São Francisco sabia algumas verdades...


sexta-feira, 30 de setembro de 2011

O Olho Que Tudo Vê


Hoje fui surpreendida com belas imagens enviadas por amigos que moram no Centro Oeste do país. Uma imagem como esta fala por si só em uma linguagem profunda, compreendida diretamente pelo espírito, pelo que há de mais essencial no ser humano: O Eu Verdadeiro, aquele que está além do medo, das perdas das dificuldades financeiras, das doenças, das dores e principalmente além da solidão. Pois hoje a luz do sol mostrou o que é O Olho que Tudo Vê.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Milagres e Acasos.

Hoje em dia , o pensamento científico vigente nos faz vez o quanto a época pré paradigma newtoniano- cartesiano o homem era atrasado, pois todos os fenômenos que ainda não podiam ser explicados cientificamente eram visto como um milagre-atuação do divino, ou de forças ocultas inferiores.
Atualmente assistimos este fenômeno  invertido. Sem o sagrado a ciência se tornou extremamente supersticiosa, pois tudo aquilo que não tem explicação científica materialista passou a ser chamado de acaso. Não tem explicação então é acaso, é coincidência. E do mesmo modo que a igreja queimava os cientistas e impediam estudos aprofundados que ameaçassem  seus paradigmas, assim o fazem
Do mesmo modo que a igreja queimava os cientistas que ameaçavam seus dogmas e impediam estudos aprofundados que questionassem seus paradigmas, hoje assim o fazem os cientistas quando se deparam com alguma questão que ultrapassa o aparato teórico disponível. E todo aquele que se arrisque em reunir ciência e sagrado é imediatamente apedrejado pela academia sob o pecado de não ser cientifico, sofrendo o afastamento dos seus pares. Algo parecido com ser rotulado de herege e sofrer excomunhão, só que com nomes diferentes. Coisa de quem tem mente fechada ao novo.
Logo, apenas por ter explicação, apenas por ser compreensível, as coisas deixaram de ser sagradas... Gosto de pensar que apesar de ser maravilhoso saber com minúcias como é gerado e se desenvolve o corpo de um bebê na barriga da mãe isso não faz com que seja menos milagroso do que sempre foi desde que o mundo é mundo. Por mais manuseáveis que sejam as células reprodutoras nas fertilizações em vitro, nada se sabe realmente a respeito da programação vital, da inteligência daquela célula que SABE o que ter que fazer.
Esta é a grande cisão ainda existente entre ciência e sagrado, e ela está apenas na cabeça dos homens que insistem em não ver a natureza e o conhecimento como sagrados. 

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

image.pngEncontro terapêutico no qual os participantes aprenderão a identificar e transmutar padrões vibracionais de baixa freqüência que perpetuam sentimentos e comportamentos indesejados.Utilizando a tecnologia quântica presente nos cristais de quartzo,concentraremos a força pessoal e coletiva,para reunir energia suficiente para ser utilizada no aumento vibracional de cada um, o que possibilitará a produção de uma água energizada individual que auxiliará a manter o elevado padrão durante os dias seguintes. Esta água será um poderoso auxiliar na transformação interior.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Para Ler Jung


Eu sou do tipo de pessoa que gosta muito de ler primeiro o próprio autor antes de ler alguém falando a respeito do autor, e com Jung não poderia ser diferente. Portanto, quando alguém em pede uma dica a respeito do que ler a respeito de Jung costumo indicar o próprio. Não raro escuto em seguida "Mas é muito difícil..."
Pois é, sei disso e entendo o comentário. (ainda mais levando em conta as traduções). Portanto indico que o primeiro livro seja o ultimo "Memórias sonhos e reflexões" Porque ali além da vida, está a gênese de grande parte da compreensão daquele pensador a respeito do ser humano, sem uma constante em seus trabalhos anteriores, que é a tentativa quase exaustiva de fazer entender e comprovar a validade de sua compreensão.
Grande parte da dificuldade reside nas referencias e voltas que Jung dá como meio de afirmar o que diz. e muitas destas referencias são estranhas ao público. Quando se chega ao fim da frase fica até difícil saber por onde começou... Por isso muita gente larga e diz: "é muito difícil". Realmente havia a necessidade de que fosse assim. Hoje o próprio Jung é referencia confortável para muitos que querem exercer uma psicologia além do racional e material, mas ele lutou muito para nos dar isso de presente, pois ele mesmo se recriou em meio a psicologia materialista newtoniana-cartesiana reinante na época.
E depois do "Livro Vermelho" do autor, compreendemos ainda mais o esforço hercúleo de transmitir em linguagem científica o que foi gestado no reino do inconsciente e nasceu na forma de intuição e símbolo, trazendo em si a marca daquilo que foi bem defino por Willian James como inefável: a experiência transcendente que não pode ser esgotada com palavras...
Portanto depois de "Memórias" leiam "O homem e seus símbolos", e depois disso se esforcem um pouco por favor e mergulhem nas obras completas, Jung merece, pois certamente difícil mesmo foi escrevê-las.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Explicando a reprogramação quântica.


              A Inteligência Superior é a grande programadora do universo, 
              mas existe dentro de nós uma parcela deste Divino que nos dá o direito
              de fazer nossas próprias programações. Se chama "livre arbítrio".

Algumas pessoas têm me perguntado  maiores detalhes a respeito do trabalho de Reprogramação Quântica de Padrões Vibracionais Kármico. Mais singelamente denominado "Água da Renovação".
Pessoas que têm interesse em terapias holísticas já estão um pouco familiarizadas com estes termos. Mas todos juntos em uma só frase suscita a pergunta: Oque é isso?

Pois bem:
Este trabalho está de acordo com 3 princípios expressos no Kybalion, livro que concentra preceitos básicos da espiritualidade deixados por Hermes Trismegisto, grande sábio que viveu no Egito e foi reconhecido pelos gregos como o "três vezes Mestre". 

                                 No universo tudo vibra
                                 O que está em cima é como o que está em baixo
                                 Todas as coisas têm dois aspectos, dois pólos opostos



Existem certos padrões de comportamento e sentimento dos quais não conseguimos nos libertar com facilidade. São coisas carregadas há muito tempo, ou adquiridas e reconhecidas há pouco, mas o que têm em comum é a dificuldade de serem transformados. É como um gatilho que nos faz reagir sempre da mesma forma quando somos colocados perante determinadas situações provocadoras. São respostas de agressividade, vitimização, ansiedade, medo, que mesmo após terem sido identificadas no plano racional, continuam a persistir.

Nestes casos, está operando de forma profunda e de difícil acesso uma programação existente no que Jung chamou de inconsciente, que nos deixa prontos a repetir determinados padrões de comportamentos, pensamentos e sentimentos.

A questão chave é que este comando percorre um caminho imaterial. O resultado perceptível em nossas vidas depende diretamente do padrão vibracional introduzido no nível Quântico, que por sua vez, é o campo  onde ocorrem os fenômenos que possibilitam a interação entre espírito, mente e matéria.
E quando já adquirimos algum conhecimento a respeito do espírito, podemos compreender que grande parte destes padrões tem origem kármica, ou seja estão gravados na história espiritual do ser humano com grande força.

Neste trabalho, vamos em busca das Reprogramação Quântica dos Padrões Vibracionais Kármicos. 
Utilizaremos recursos e técnicas que facilitam a  identificação de questões básicas a serem trabalhadas, e a busca da polaridade oposta existente em todas as coisas que impedem a evolução. Desta forma podemos traçar um caminho rumo ao equilíbrio.
E para isso, atuaremos no nível Quântico -que se expressa no plano físico, mental e espiritual- elevando a frequência vibracional da nossa energia, através de alinhamento, limpeza e reconstrução energética, vivência, mentalização e o auxílio do reino mineral trazido pelos Cristais e pela Água.

A partir do Cristal e da Água produziremos "A Água da Renovação", uma Água energizada especialmente para a necessidade individual de cada um. Ao participar do processo e produzir a própria Água, a pessoa se torna um agente ativo no seu próprio processo de elevação vibracional.
Esta Água que será bebida todos os dias, funcionará como um antidoto pessoal, que através da manutenção do elevado grau vibracional  facilitará o processo de transformação.




quarta-feira, 20 de julho de 2011

O ser humano não é fácil, por isso ser humano também não é.

O ser humano não é muito fácil, por isso ser humano também não é. Lembram do famoso ditado errar é humano? Pois é. Nisso todo mundo concorda mas quase ninguém aceita.
Nós somos humanos vivendo no meio de humanos, portanto o erro, o engano, o aprendizado na base de um "sacode" é algo quase diário. Em alguns momentos é mais brando,  em outros é como um terremoto. Não tem muito para onde correr, porque além dos erros dos outros para conosco, que são fáceis de identificar, tem os erros de nós para com os outros, e este nem sempre são fáceis de identificar e muito menos de reconhecer.
Meu Deus o que é isso então? Aonde nós estamos?
Respire fundo junto comigo pois estamos exatamente no lugar em que deveríamos estar. É isso aí, nós também somos humanos, portanto, aceite o fato de que você também não é perfeito, desconfie quando achar que está sempre certo, e não se maltrate quando ver que está errado. Você é apenas um ser humano e nada mais, assim como aquele próximo que pisou no seu pé e aquele outro em quem você esbarrou.
O erro e os enganos, de nós para com os outros e dos outros para conosco são meios de mostrar o que não funciona bem, e são uma grande oportunidade de ajuste, para que algo passe a dar certo deste dia em diante. Não feche os olhos para o que deu errado, pois ali está a fórmula do acerto.
Mas não se iluda, pois mesmo encontrando a fórmula outros erros virão, pois errar é humano e até o dia do ultimo suspiro continuaremos sendo nada mais nada menos do que seres humanos. Nem menos nem mais, apenas seres humanos em busca de evolução.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Relacionamento aberto. (aberto para quê?)

Me entristece ver livros disseminando a fidelidade conjugal como coisa do passado... As pessoas que os escrevem devem ter sido muito feridas para deixarem de acreditar no amor verdadeiro e pleno entre duas pessoas. E na profunda tristeza, para se sentirem melhor, falam para si mesmas e para os outros que o problema não está na sua vida, e sim na crença no encontro de duas pessoas que possam ser fiéis. Fiéis não por imposição social, e sim por opção e compromisso, por viver e saber que ninguém no mundo pode se comparar à pessoa amada, a quem se dedica por inteiro de corpo e alma. Você pode estar pensando que isso parece conto de fadas né? Mas é isso mesmo, pois os mitos e contos de fada nada mais são do que imagens arquetípicas dos anseios mais profundos do espírito humano, são arquétipos. Por isso nos emocionamos com histórias românticas, por isso as crianças, que ainda não foram contaminadas com a descrença, sonham com as histórias de príncipes e princesas. Isso sim, nada é mais verdadeiro que um conto de fadas. Quer um exemplo mais recente: Shakespeare também se eternizou graças às suas histórias que louvam o true love.
E quanto ao felizes para sempre? Sim, e porque não? Felicidade no nosso mundo não é não ter problemas, e sim poder superá-los, vencer. E um casal verdadeiro faz isso junto. Sim, felizes para sempre.
Agora você pode dizer: Mas isso é muito difícil de achar Tatiana! E aí eu vou concordar com você. Mas aonde é que você está procurando mesmo? E será que está se preparando internamente para encontrar este tipo de amor? Eu me pergunto: Até que ponto nós nos colocamos no lugar de oferecer aquilo que desejamos, de sermos fiéis se é fidelidade que desejamos, de nos doarmos e sermos verdadeiros, de compreendermos, se é isso que desejamos... Mas não fazer pensando em receber, mas mudando as próprias vibrações, para chamar para sí pesoas que vibrem na mesma sintonia, que querem a mesma coisa. No melhor estilo oração de São Francisco: É dando que se recebe...
Existem aquelas pessoas que na ânsia de justificar seu comportamento apelam para o mundo animal,dizendo que biologicamente a infidelidade é justificável. Para quem quer se comparar com um macaco tudo bem, mas eu acredito que até mesmo Darwin concordaria comigo que  já evoluímos um pouco. No meu modo de ver, a capacidade de ser fiel é um passo evolutivo superior.
As pessoas quando chegam mais perto da realidade do espírito, procuram por companheirismo e compromisso. E posso dizer que pessoas que se iludem com meio relacionamento sobrevivem durante algum tempo, mas vão minguando aos poucos, e seus espíritos se tornam fracos como prisioneiros de um campo de concentração. Quando se perde a capacidade de acreditar no amor verdadeiro, passamos a ser seres pela metade, que nos conformamos com pouco ou quase nada para viver, aceitando migalhas por acreditarmos que nada existe além das sombras da caverna de Platão. Aceitamos sombras disformes do amor entre duas pessoas, e nos tornamos nós mesmos deformados pelo que nos fazem acreditar ser uma realidade.
Você que ainda duvida disso me dê um crédito! Na minha profissão já ouvi centenas de histórias de gente que dá seu tempo e dinheiro para falar comigo as suas verdades, logo, os mentirosos embora existam, são a minoria absoluta. Assim sendo, posso afirmar que existe sim o amor e a fidelidade, o companheirismo e a confiança.

sábado, 18 de junho de 2011

Sem aviso. (Mesmo?)

Escutem esta história:
"Para quem via de fora parecia que tudo havia acontecido do nada, sem aviso. Quem olhava acreditava-se tratar-se de uma estrutura firme... Mas na verdade eu sabia que não havia sido do nada. Foi descuido mesmo. Eu não dei importância aos sinais visíveis de desgaste na base, que o peso estava sendo grande demais. Fiz pouco caso, achei que dava para ir levando, um remendinho aqui, outro ali... Até que um dia tudo se partiu e os cacos se espatifaram pelo chão. Não tinha mais jeito..."
Bom, foi essa a história que os meus pacientes ouviram quando perguntaram pela mesinha do meu consultório. É isso mesmo, uma mesinha redonda de pés aranha e tampo de vidro uma graça! Na segunda feira quando a secretária abriu a porta do consultório ficou pasma ao ver os cacos de vidro estilhaçado pelo chão e pensou "Como isso foi acontecer assim do nada!". A mim só coube respirar fundo e dizer para recolher os estragos. Eu sabia que não tinha sido do nada. Há algum tempo ela abriu uma pequena junta que empurramos  para o lugar. Depois abriu de novo e colocamos um barbante, abriu outra e encostamos na parede. Até que um dia caiu o tampo , reencaixamos e tudo pareceu bem... Até que no final de semana ruiu "do nada".
Quando alguma coisa acontece, seja com a mesa ou com a vida, quase nunca é do nada. Muitas vezes as coisas são reflexos de negligência e pouco caso, principalmente no que diz respeito às relações humanas, que precisam de cuidado e atenção constantes.
Só sei que esta história rendeu muita terapia para alguns dos meus pacientes esta semana. Não por causa da mesinha em si é claro, mas porque o que aconteceu com ela os fez lembrar de algumas situações mais sérias que estavam sendo tratadas da mesma forma. Foi um caso de sincronicidade.
A lição também foi válida para mim. E pensando bem, até que a sala ficou um pouco mais espaçosa...

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Como assim FICAR ???

Ontem foi dia dos namorados. E mesmo sabendo que o data tem um grande apelo comercial, podemos relevar este detalhe e ver que é um dia em que é celebrado o fato  de estar gostando de estar  com uma  pessoa. Ou seja, é a refirmação de que aquelas pessoas querem continuar ficando juntas!!!
OOOps, ficando??? Mas quem está ficando não comemora dia dos namorados... Sabe como é né, vai que a pessoa entende tudo errado e é só um ficar mesmo, não é nada mais sério... E quem está só ficando na Night então nem se fala, porque aí mesmo é que não tem ninguém para passar o dia dos namorados, mesmo tendo beijado 5 ontem não tem ninguém para tomar café da manhã com aquela cesta lindíssima, ninguém para perdoar e ser perdoado e seguir em frente, ninguém para dividir um segredo, ninguém para consolar e ser consolado, ninguém para fazer uma história... Ninguém  para dizer EU TE AMO
Pegou 5, mas não tem ninguém para ficar de verdade.
O significado original da palavra ficar lembra compromisso. O verbete 17 do Aurélio diz: Permanecer em certa disposição de espírito ou situação. e o 21, bem mais recente diz: Trocar carinho por período curto. 
Todas as palavras são o símbolo de um estado de espírito, elas foram criadas para expressar aquilo que vem na mente e no coração e quer ser partilhado por muitos. Uma palavra não é apenas uma palavra, é um pedaço do ser humano. E quando o significado de uma palavra é tão alterado assim, podemos pensar que alguma coisa também está alterada no espírito humano.
E aí, 17 ou 21?

quinta-feira, 9 de junho de 2011

A sombra e o dominó


Estava pensando no efeito dominó que pode ser desencadeado quando esbarramos na sombra de alguém. Quando nos encontramos com a sombra do próximo (no sentido junguiano, aquele lado negro que todo mundo tem e não quer ver que tem...), isso faz com que um mecanismo de reação quase automático seja ativado, fazendo com que a nossa própria sombra se projeto sobre o outro. E não pára por aí, pois provavelmente perdemos a paciência com pessoas que não têm nada com a história, que por sua vez ao se sentirem magoadas podem deixar que a sua sobra também surja e se precipite sobre um terceiro e assim por diante. 
Quero dizer que uma palavra negativa, uma reprovação, um olhar invejoso e etc. podem ter efeitos devastadores no universo. Palavras e atos provenientes da sombra são a noite que se espalha da caixa de Pandora. E vale lembrar que quanto mais negada for, mais violenta é a sombra.
E o autoconhecimento é o melhor caminho para aprender a amar, pois podemos reconhecer que a sombra do outro pode ser uma projeção de nosso próprio lado escuro.
Mas no ser humano também tem luz...  Palavras de amor e compreensão podem trazer claridade para as nossas vidas e irradiar paz para o universo. 
Faça uma experiência.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Bateu levou ! (Levou para onde mesmo?)

Percebo que quanto mais imaturos somos mais queremos aplicar o toma lá dá cá, a lei de talião: olho por olho e dente por dente sem percebermos que este tipo de justiça pode ser uma armadilha que nos impeça de sair da roda da repetição, onde em algum momento desempenhamos o papel de algozes e depois de vítimas, pois os opostos são faces da mesma moeda.
Isso acontece nas situações mais cotidianas (daquelas que escuto aos montes). Digamos que em um casal, um dos pares descobre que o outro foi infiel. Em represália, o um(a) resolve trair o outro(a). Nada mais justo certo!  Bem, nem tão certo assim...
Me entristece ver pessoas na descrita situação não vencerem o teste apresentado pela vida e simplesmente se transformarem no que abominavam, com a justificativa de dar o troco. Dar o troco em quem? Se quem mais sai perdendo é aquele que deixou de ser virtuoso e entrou no ciclo vicioso, de traído se tornou traidor e assim por diante... O orgulho ferido, o ódio e a vingança são nocivos para quem os sente, são armadilhas escondidas na sombra humana a espera de uma oportunidade para dominar a cena.
Mas driblar estas armadilhas equivale a se esforçar para começar a entender  que a vida não se resume ao que os olhos e a curta razão materialista abarcam.

domingo, 15 de maio de 2011

A internetet e o inconsciente coletivo

Desde que comecei a me interessar pelo pensamento de Carl Gustav Jung, ouço algumas pessoas dizendo que não se interessaram por ele por ser demasiado complexo. Isso sempre me surpreendeu, pois para mim   parece simples, porém jamais simplório. Nestes anos dando aula, percebi que a questão do inconsciente coletivo é uma pedra fundamental para ir adiante no pensamento de Jung ou empacar de vez. Tem gente que vai, tem gente que fica... E quando fica não é exatamente por não entender, (pois modéstia a parte, até que explico direitinho segundo meus próprios alunos) mas por não concordar com o paradigma segundo o qual a mente não é material e restrita ao cérebro e às percepções físicas. Nestes casos só cabe o respeito e ponto.
Para compreender Jung é necessário não se contentar com o que é meramente observável, é necessário ver com os olhos do espírito, aquele que pressente que existem mais coisas do que os 5 sentidos podem captar.
Este pensamento pode ser libertador para alguns e profundamente desamparador para muitos. Portanto, respeito e ponto. 
Mas quando questionada a respeito da real possibilidade de existência de algo como o inconsciente coletivo, gosto de pedir para perguntarem aos seus avós o que fariam, se na juventude deles alguém dissesse que seria possível existir uma rede de comunicação internacional onde poderíamos acessar pensamentos, idéias, mandar mensagens, documentos, nos comunicar em tempo real olhando o rosto de alguém,  sem que houvesse sequer a necessidade de um fio para isso! Alguns se animariam com a idéia e se dedicariam imediatamente a tarefa de tornar este sonho viável, procurando desenvolver novas tecnologias. Outros mandariam internar o visionário sob o diagnóstico de esquizofrenia... Para mim a internet é uma analogia do inconsciente coletivo.
Mas tudo só chega no momento em que há desenvolvimento suficiente para se manifestar, e percebo que precisamos desenvolver a tecnologia interior  para acessar o inconsciente coletivo, como pessoas que ainda precisam comprar um computador para acessar a internet,  mas ao contrário de um computador esta tecnologia interior não se compra com dinheiro.
Mas, a criatividade verdadeira só nasce quando se tem a coragem de tirar os pés do chão, e imaginar o inimaginável.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Paciência II

Muitas vezes nos custa ter paciência. É fácil dizer ao outro para ter paciência, mas colocá-la em prática na própria vida é algo um pouco mais complicado do que  parece.
A paciência é mais do que poder esperar em uma fila de banco sem reclamar. Pois por mais que demore, vemos o que acontece no inicio da fila, e mais cedo ou mais tarde o nosso destino será o atendimento.
Mas quando falamos de questões mais complexas, de situações da vida onde a esperança e a paciência andam de mãos dadas, quando queremos muito alguma coisa que não acontece como e quando queremos... Sim, este é o verdadeiro teste da paciência, saber esperar baseado apenas na confiança de que em algum dia, as sementes plantadas na terra irão brotar, e mesmo sem saber quando, acreditar que no tempo certo a colheita há de vir. A paciência verdadeira, aquela que nos faz crescer vem sempre acompanhada da espiritualidade, porque existem momentos em que só o saber de Deus nos motiva a seguir em frente além do que somos capazes de ver.


PS: A fila do banco e afins continuam sendo um bom treino.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Para os alunos II (mas quem quiser também pode ler...)

Além da Vida e Documentário Reencarnação
O principal nestes filmes é o conceito de mente enquanto algo imaterial e que vive além do corpo. Para tanto vale pena ver a obra de um psiquiatra chamado Stanislav Grof, que fez muitas pesquisas de consciência transpessoal, e obviamente muito das pesquisas deste ramo da psicologia tocam conceitos espiritualistas. Mas vale lembrar que tanto um quanto o outro não falam de nenhuma religião específica, apenas apresentam um fenômeno q não podemos explicar com as argumentações cientificistas.

Laranja Mecânica e 102 Dálmatas.
Aqui nosso grande questionamento é a mente enquanto algo treinável e moldável pelos estímulos (leia-se principalmente família e sociedade) podendo tornar previsível e domesticável um comportamento indesejável. Pensar a eficácia ou não desta concepção da mente humana. Para tanto estudem um pouco de condicionamento em Pavlov, Watson e Skinner. Não precisa concordar ou discordar, só pensar!!!

A Onda.
Bem, aqui vai a minha aposta de que vcs devem se questionar o quanto uma pessoa pode ser levada pelo coletivo a ter atitudes que normalmente não fariam parte da sua natureza. Para compreender isto de forma mais psicológica e menos sociológica, pesquisem o conceito de Sombra em Jung, que afirma coexistir o mal e o bem dentro de todo ser humano.
Mais uma vez falem comigo se precisarem de alguma coisa.
tatiparanagua@gmail.com

quinta-feira, 31 de março de 2011

"Até que a morte os separe"

Esta frase sempre me pareceu enigmática. Desde criança, sempre que eu ia em um casamento estranhava a necessidade de fazer aqueles juramentos. Segundo a minha lógica infantil, se as pessoas já estavam ali mesmo, chamando tanta gente para comemorar uma união, já não estava bem claro tudo aquilo?
O tempo passou e obviamente posso enxergar a necessidade ritualística daquele momento. Mas com os anos também me veio novamente a estranheza do mesmo juramento, só que de outro ponto de vista, o de que se hoje em dia as pessoas descasam tão depressa, para que prometer algo que não sabe se vai aguentar cumprir?
Com o exercício da clínica psicológica e a visão espiritual, vejo que o risco da separação não está na morte, está na vida. Está nas contas para pagar, nas divergências de educação, TPMs não compreendidas, aniversários esquecidos, maridos negligenciados por causa dos filhos, excesso de atenção na carreira, cabelos brancos, barrigas infladas, estrias, falta de carinho, a vizinha gostosona e principalmente: modos diferentes de conceber o mundo, o amor e a vida.
É uma ilusão acreditar que o casamento irá nos fazer feliz, nós é que temos o poder de fazer o casamento ser feliz.
Pensando nisso poderíamos prometer: Que a vida nos una além da morte.
Acredito que se dois espíritos realizam o grande feito de ter uma vida saudável e bastante feliz juntos, a morte apenas irá perpetuar aquela ligação, consolidando a afinidade que certamente os unirá em outro momento. Sim, eu sou reencarnacionista mesmo, mas isso quase todos vocês já sabem...




sábado, 19 de março de 2011

Expansão dos limites

A estagnação pode se ocultar também nos patamares mais altos da evolução intelectual, psicológica e espiritual..
Somos acostumados a pensar que a acomodação  só acomete seres ignorantes e preguiçosos. Mas aquelas pessoas super inteligentes, super pacientes, super talentosass são as vítimas mais vulneráveis a estagnação através do orgulho, por acreditarem-se  evolvidos a ponto de terem pouco ou quase nada pra aprender, ceder, examinar... 
Mas não tem problema não, porque neste mundo tudo tende ao movimento, toda a vida é puro movimento, e quando por acaso empacamos somos impelidos a continuar, nem que seja aos solavancos, no tranco. Não importa o quão paciente, inteligente, talentoso você seja (ou imagina ser, porque só os outros realmente sabem estas coisas ao nosso respeito) a vida sempre lhe apresentará situações nas quais você precisará ser um pouco mais, se esforçar um pouco mais, aguentar um pouco mais e então nossa! Você já é mais capaz do que era antes pois expandiu os seus limites. E não importa até onde os outros chegaram, e sim onde você chega. É assim que nós crescemos, física e psicologicamete.
Portanto não se iluda, nós nunca crescemos o bastante, sempre há mais o que aprender e evoluir enquanto os nossos olhos ainda se abrirem pela manhã.

terça-feira, 15 de março de 2011

A lição da terra que treme

Muitas vezes eu procuro explicar para alunos, e por vezes para pacientes, a noção que de acordo com o novo paradigma afirma estarmos todos conectados. Para fazê-los compreender esta idéia, falo de autores  como o físico Fritjof Capra, o Biólogo Ruppert Sheldrake com seus campo morfológicos e morfogenéticos, o psiquiatra Stanislav Grof e é obvio Carl Gustav Jung com o Inconsciente Coletivo e tantos outros pensadores. Mas percebo que com a criação extremamente individualista que vem a séculos moldando mentes (e a muito mais tempo, espíritos), empederniu tanto a compreensão de alguns que passou a ser muito difícil sequer imaginar como de fato é possível que estejamos todos ligados.
Pois é, terra estes dias nos deu uma lição prática. As placas tectônicas, mesmo existindo como entes separados, ao se tocarem fizeram tremer o globo, e ainda teve quem não viu. Afinal foi lá no Japão né! 
Para nós aqui no ocidente, e especialmente no Brasil, por ter o fuso de exatas 12 horas de diferença, o Japão funciona no imaginário de muitas pessoas como o inconsciente, a sombra, aquilo que está do outro lado, escondido, totalmente outro. Quando aqui é dia lá e noite e vice versa. Enfim: se teve gente que nem se abalou com o que aconteceu na região serrana imagina no Japão!
Pois é, mas do Japão subiu uma fumaça radioativa, que se espalha de forma insidiosa pelo ar, e o ar, circula por todo continente, não tem pátria. Estamos todos ligados, sem ter para onde correr. Compartilhamos a mesma atmosfera, e o lixo jogado por uns atinge a todos, até mesmo aqueles que sequer fazem uso de uma lâmpada abastecida por usinas nucleares. Sim, tudo é da nossa conta, tudo nos importa, e sempre podemos fazer alguma coisa.
Aproveitando o ensejo, a poluição causada pelo derretimento dos reatores serve como alegoria para o fato de que todo pensamento ruim, tristeza, infelicidade, e mágoa, desespero e maldade também geram toxinas que são colocadas no Inconsciente Coletivo. O Inconsciente coletivo  para nossa psique pode  ser comparado a atmosfera, ao ar que compartilhamos. Então sim, é da minha conta o que sente o próximo, seja em termos de necessidades imediatas e concretas como em emergências psicológicas. É como se com estes acontecimentos ficasse cada vez mais claro que a divisão entre o eu e o outro é uma ilusão. 
A consciência ecológica verdadeira anda de mãos dadas com o amor.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Justo eu!

Pois é, escuto muito esta frase quando as pessoas são convidadas a enfrentar seus medos. A vida, com sua sabedoria - nem sempre fácil de lidar - nos faz enfrentar justo aquilo que mais nos apavora, apresenta provas cuja superação depende de vencer nossas próprias fraquezas.
Sim, somos testados naquilo que mais precisamos desenvolver. Geralmente são situações, transformações, decisões, das quais sempre tentamos fugir, adiar... Mas um grande dia eis que é vai ou racha!
Caso você esteja passando por alguma situação do gênero, o melhor que eu tenho a lhe dizer é enfrente, se supere, expanda a sua capacidade de compreensão, coragem paciência e etc. 
Tudo aquilo que nos negamos a resolver sempre volta como um bumerangue, em velocidade redobrada.
Lembre-se de que nada é por acaso.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Carnaval além da persona.

Existe uma faceta psicológica no carnaval que me gera reflexão. é uma época na qual podemos ver de forma empírica a realidade da existência da sombra - segundo definição de Jung - no ser humano. Para muitas pessoas o carnaval funciona como uma brecha, como um momento de licenciosidade no qual tudo o que deve ser reprimido e é visto como não permissível, adequado ou correto possa finalmente vir a tona. A razão e o julgamento se encontram entorpecidos, nublando a noção de limite do que nos faz evoluir e do que não faz. é claro que eu sei que nem todas as pessoas que saem em blocos e curtem ver os desfiles de escolas de samba estão dispostas a excessos. Mas o  mais notável, é a crença compartilhada por muitas pessoas de que naquele momento, tudo o que se faz de amoral, todos os excessos não são computados. Uma compreensão quase esquizofrênica da personalidade domina o senso comum, pois afinal de contas, naqueles dias boas moças podem beijar e agarrar qualquer um, pais de família se comprazem com os mais exttraordinários trajes femininos, pais se orgulham de ver as filhas nuas em rede nacional, pessoas de respeito se dão ao direito de beber até perder a consciência e acordar na sarjeta ou em hospitais - quando tem a sorte de acordar...
O carnaval é reconhecido como a época das máscaras, mas máscara no sentido junguiano é a persona (máscara em grego) é o que usamos no nosso dia a dia como interface entre nós e a sociedade, mas eu acredito que é a época em que as máscaras caem, e vemos até onde cada um é capaz de ir quando o limite já não é mais exigido pela sociedade, quando só temos o nosso próprio sábio interior para nos guiar. Quando somos realmente vistos além da persona, e muitas a realidade não é tão bonita de se ver.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O que é que eu estou fazendo aqui?

Acredito que esta perguntinha muito simples é a campainha do despertador que toca no fundo de nossa psique (lembrando que psique em grego é alma...) é um divisor de águas, uma chave que abre as portas para perceber o mundo, a pílula vermelha do filme Matrix... Considero esta pergunta tão importante que quando recebo um paciente, em algum momento procuro saber se ele já a fez, e isso me indica o nível de questionamento no qual se encontra, e por conseguinte o nível de profundidade no qual poderemos trabalhar.
É uma pergunta simples, quase obvia, mas muito difícil de fazer, e ameaçadora. Ameaçadora sim, porque ir atrás de sua resposta implica em admitir que somos mais responsáveis por nosso destino do que queremos admitir, nos faz ter mais responsabilidades do que de fato talvez queiramos arcar. E principalmente, nos tira do inebriante  conforto aparente da ilusão.
Mas infelizmente, a verdade é que a maioria das pessoas passa a vida inteira sem se questionar seriamente sobre o assunto, simplesmernte levando a vida, ou melhor, sendo levado por ela.
E quanto a você?

sábado, 29 de janeiro de 2011

BBB: O que os olhos não veem o coração não sente. ( Será?)

Hoje, colocando os meus emails em dia, vi algumas mensagens que falavam a respeito do atual BBB. Como eu me nego terminantemente a ver tal programa, não estava muito por dentro do que rolava por lá, mas os e mail me colocaram a par. Mesmo sem querer assistir a tal espetáculo aviltante, ele chegou até mim. Na verdade nunca acreditei muito naquele ditado que diz "O que os olhos não veem o coração não sente". Para quem já percebeu que nós seres humanos estamos todos conectados uns aos outros de alguma forma, sabe também que tudo o que acontece, principalmente um fenômeno de massa como esse, não deixa de afetar a todos nós. É como a poluição jogada no ar, como se fôssemos fumantes passivos ou coisa assim. Para mim esta edição foi como um quisto purulento que vinha crescendo sem que lhe dessem atenção e agora rompeu, deixando a mostra a podridão humana. Gostei disso. Desde o início já se via que tudo era armado para deixar eclodir a sombra do ser humano, mas agiam como se fosse uma competição normal, saudável. Sinto que mesmo que eu não assista algo assim, e não deixe que meus filhos o façam, os valores, ou a falta deles apregoadas pelo programa empesteiam os comerciais, jornais bancas de revistas e conversas nas rodas de amigos. Na verdade eu não acredito, como muitos dizem, que o BBB é um perversor de mentes. Não, ele não é o agente, ele ao contrário é fruto de mentes pervertidas e afastadas do que é realmente o objetivo da vida, da evolução espiritual do ser humano. 
As  coisas não me assustam por não querer ver o lado negro do ser humano, pois trabalho com isso há muitos anos e já ouvi muitas coisas. Mas quase todos que se sentam na minha frente estão,apesar de tudo, querendo alimentar o lado luminoso, querendo ter uma vida mais plena, deixar de alimentar os monstros. O que me dói é ver que muitos estão é querendo alimentar a fera com os próprios semelhantes, alimentar o vício   de viver em meio a fofocas e intrigas, ao invés de gastar tempo olhando para dentro e vendo seus próprios defeitos no intuito de melhorar. 
Mas por incrível que pareça, acho que ter chegado ao insuportável ponto que chegou é bom, pois como sempre digo: é vendo claramente a situação que podemos procurar uma solução.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Psicólogos e costureiros

Desde o ano passado quero falar a respeito de um assunto que foi trazido por uma jovem paciente. Ela foi comprar um vestido e quando entrou na loja pediu para experimentar um tamanho P, que seria  mais aproximadamente adequado ao seu físico. Para a sua surpresa a vendedora disse que era tamanho único. Entrou entrou entrou, não entrou paciência.
O que a loja oferecia era um absurdo reflexo do que vivemos hoje em quase todos os sentidos. Me lembrei imediatamente de minha avó, que era uma costureira de vestidos de noiva, ou seja, fazia de tudo. Ela me ensinou  a respeito de cada medida do corpo que se precisava tirar antes de começar a cortar uma roupa. Que além das obvias como cintura e quadris, tínhamos que ver se a pessoa tinha seios fartos para dar pregas mais ou menos profundas, pernas ligeiramente mais curtas e ombros caídos deveriam ser levados em conta para que a roupa assentasse bem e acolhesse o ser humano que iria vesti-la.
Com o tempo as roupas passaram a ser cada vez mais feitas em série, e nem por isso ficaram mais baratas, muito pelo contrário. Lojas chiquérrimas cobram caríssimo para que você tenha o privilégio de sair por ai desfilando e mostrando você cabe no estilo da marca tal. Sim, você tem que se adequar ao corpo de manequins irreais que assustam muitas pessoas só de passar na frente da vitrine. As roupas não são feitas para o seu perfil, você tem que se encaixar no perfil das lojas...
É um reflexo da negação da pessoa enquanto indivíduo, enquanto ser humano, que embora tenha um tanto de coisas parecidas com tantos outros, por outros lado é parecido ao seu modo.
Nessa onda muitas teorias psicológicas foram criadas na tentativa de colocar os seres humanos dentro de um mesmo molde, como se todos fossem responder as fórmulas comportamentais e pílulas milagrosas da mesma maneira. 
Cada vez mais admiro a atitude de Jung, que não queria que suas idéias fossem chamadas de teorias, e que embora dissesse que haviam estruturas psicológicas comum a todas as pessoas, o modo que cada um as trabalhava era um imenso mistério particular ao qual o analista tinha que se debruçar, usando todo o seu conhecimento e ao mesmo tempo colocando-o de lado para ouvir realmente.